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Por Redação O Sul | 11 de setembro de 2022
Charles III foi proclamado no sábado (10) rei dos britânicos em uma cerimônia com origens na Idade Média e prestigiada por líderes políticos, religiosos e da aristocracia britânica. Conforme o Reino Unido se despede da imagem austera e neutra de Elizabeth II, os súditos do novo monarca esperam um rei atento às causas ambientais, defendidas por ele com ênfase enquanto foi Príncipe de Gales.
Até agora, Charles se caracterizou por abordar temas políticos e religiosos, algo que sua antecessora evitou com disciplina. Ele defendeu a tolerância religiosa contra a islamofobia, o que ajudou a calar uma possível reação contra muçulmanos após a série de ataques terroristas em Londres, em 2005.
Em visita ao Parlamento alemão, em 2020, declarou que “nenhum país é uma ilha” e pediu que a Alemanha continuasse a colaborar com o Reino Unido, o muitos interpretaram como um certo apreço pela União Europeia. Mas, de longe, a causa em que o monarca e mais ativo é a ambiental, como mostra o papel que desempenhado por ele na COP26 em Glasgow, na Escócia, no ano passado.
Charles lutou para forjar uma identidade como príncipe de Gales, um papel que ele exerceu por mais tempo do que qualquer outro, mas que não possui uma função definida. Ele fundou instituições de caridade, como a Prince’s Trust, que ajudou aproximadamente um milhão de jovens desfavorecidos, e defendeu causas como planejamento urbano sustentável e proteção ambiental muito antes delas entrarem na moda. A agricultura orgânica é outra paixão do rei.
Ainda que Charles tivesse muitos posicionamentos enquanto Príncipe de Gales, e portanto, sem os limites constitucionais impostos à Coroa, o monarca difere da abordagem de sua mãe.
Observadores da monarquia britânica acreditam que ele deve imprimir um tom mais político ao seu reinado, ainda que o rei seja ciente dos limites constitucionais como chefe de Estado.
“O estilo será diferente”, afirmou Vernon Bogdanor, professor do King’s College London. “Ele será um rei ativo e se valerá de suas prerrogativas até o limite, mas não se excederá para além delas.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.