Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de junho de 2016
Coordenador da Operação Lava-Jato em Curitiba (PR), o procurador da República Deltan Dallagnol acredita que a força-tarefa não está completamente imune às tentativas de obstrução por parte dos poderosos.
“É possível e até provável que as investigações do maior escândalo de corrupção do País acabem”, alerta. “Quem conspira contra ela são pessoas que estão dentre as mais poderosas e influentes da República.”
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele afirma que as conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o ex-presidente José Sarney (MA) e o senador Romero Jucá (RR), todos do PMDB, evidenciam uma articulação para barrar os avanços das investigações.
“Esse pacto seria mera especulação, se não tivesse sido tratado pelo presidente do Congresso”, frisou Dallagnol.
“Inimigos”
O procurador lembra que, a força-tarefa foi acusada de perseguir o PT. “Não vemos pessoas ou partidos como inimigos, mas a corrupção”, garantiu. “Também não podemos esquecer outras operações anticorrupção, como a Castelo de Areia e a Faktor, encerradas sob alegações frágeis. “A Lava-Jato só sobreviveu até hoje porque a sociedade é o seu escudo.”