Sexta-feira, 14 de março de 2025
Por Redação O Sul | 1 de junho de 2023
"Meu dinheiro é só pra eu fazer minhas vaidades. Só para os meus brincos, minhas pulseiras e meus sapatos", disse a procuradora
Foto: ReproduçãoA procuradora do Ministério Público de Goiás, Carla Fleury de Souza, ficou reconhecida por criticar, recentemente o salário dos promotores que ganhavam cerca de R$ 30 mil.
Carla já chegou a receber uma remuneração de R$ 72,2 mil em dezembro do ano passado. O valor, por exemplo, é mais que o dobro do salário do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), que atualmente ganha R$ 28.403,69. Entretanto isso não é ilegal.
“Havendo a fixação do salário [base] dela abaixo do teto do ministro do STF, ela pode ter rendimentos acima, desde que esses rendimentos venham de vantagens de natureza indenizatória”, explicou o advogado Dyogo Crossara.
Na época em que a procuradora recebeu a remuneração, o salário base dela era de R$ 35.462,22. Todavia os valores que complementaram a renda (como férias, abono permanência e verbas indenizatórias) fizeram com que o montante chegasse a mais de R$ 72.228,99 líquido. Em dezembro, o rendimento bruto foi de R$ 92 mil.
Já em abril deste ano, mês com dados mais recentes disponíveis no Portal da Transparência do Ministério Público, o salário base dela é de R$ 37.589,96. Neste período, a renda bruta chegou à casa dos R$ 54 mil.
Entenda a polêmica
A procuradora Carla Fleury de Souza, do Ministério Público de Goiás, criticou o salário de promotores e disse que o valor é incompatível com o ‘custo de vida’. Em um dos concursos realizados pelo órgão, em 2021, o cargo de promotor substituto tinha como remuneração inicial R$ 28,8 mil.
“Eu tenho dó dos promotores que estão iniciando aqui a carreira. Promotores que têm filhos na escola, porque o custo de vida é muito caro”, disse.
A fala foi realizada durante a 5ª sessão ordinária do Conselho de Procuradores da Justiça (CPJ), na terça-feira em Goiânia (GO). Em seu discurso, ela afirmou que o salário não é suficiente para custear as necessidades de sua família.
Segundo Fleury, assim, ele consegue sustentar a família sozinho, para que ela possa destinar seu salário somente às suas “vaidades”.
“Pensemos nos promotores. Eu sou uma mulher. Graça a Deus meu marido é independente, porque eu não mantenho minha casa. Meu dinheiro é só pra eu fazer minhas vaidades. Só para os meus brincos, minhas pulseiras e meus sapatos”, exemplificou a procuradora.
Ela ainda disse que tem sorte que o marido trabalhe de forma de forma “independente” para sustentar a casa e que usa o salário dela para às suas “vaidades”.