A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, por tentativa de golpe de estado, tentativa de abolição violenta ao estado democrático de direito, associação criminosa armada e outros dois crimes. Ele é primo dos três filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL).
Léo Índio participou dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados. Ele também foi denunciado por dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado.
No último dia 17, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes levantou o sigilo do processo. Na decisão, ele apontou que embora inicialmente houvesse a necessidade de sigilo do caso, o oferecimento da denúncia autoriza o “levantamento da restrição”.
Na denúncia, a PGR aponta que há provas suficientes de que Léo participou na execução dos atos antidemocráticos, como imagens dele em frente ao Congresso Nacional no momento em que participava da invasão e depredação às sedes dos Três Poderes.
“As informações revelam, além disso, que o denunciado também esteve envolvido em outras atividades de cunho antidemocrático, dentre elas as manifestações ocorridas acampamentos erguidos após as eleições presidenciais de 2022, em frente a unidades militares”, diz a denúncia.
Em outubro de 2023, Léo foi um dos alvos da 19ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que buscava identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília. Na ocasião, ele teve apreendido pela PF o aparelho celular, o passaporte e mídias. Antes disso, em janeiro, o sobrinho do ex-presidente foi alvo da terceira fase da operação.
Leonardo Rodrigues de Jesus é filho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues, irmã de Rogéria Nantes, mãe dos três primeiros filhos de Bolsonaro. Léo Índio ficou conhecido no meio político pela proximidade com Carlos Bolsonaro, e chegou a trabalhar como assessor do vereador carioca. Ele morava no Rio e já havia trabalho no comércio e varejo, e também em cargos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Léo Índio se mudou para Brasília em 2019. Quando Bolsonaro era presidente, ele era visto com frequência nos corredores do Palácio do Planalto, mesmo sem ter cargo oficial. O sobrinho de Bolsonaro chegou a assumir um cargo no gabinete do senador Chico Rodrigues (União Brasil-RR), que era vice-líder do governo Bolsonaro na Casa, e ficou no cargo até outubro de 2020.
No ano passado, ele foi candidato a vereador em Cascavel (PR) com o nome “Léo Bolsonaro” na urna, mas ficou como suplente. Em 2022, ele foi candidato a deputado distrital, no DF, mas também não se elegeu. As informações são do jornal O Globo.