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Brasil Procuradoria-Geral da República diz que ex-comandante da Polícia Militar “sabia, podia e devia ter agido” contra radicais em Brasília e defende que ele permaneça preso

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Ex-comandante está proibido de deixar o DF sem comunicação prévia ao STF. (Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a manutenção da prisão preventiva do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), coronel Fábio Augusto Vieira, na investigação sobre os atos extremistas na Praça dos Três Poderes. O coronel está preso desde o dia 10 de janeiro por suspeita de “conivência” com os protestos. A prisão preventiva não tem prazo para terminar.

O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos disse que a “hipótese criminal” autoriza a continuidade da prisão cautelar.

“Ainda que haja necessidade de delimitação de outras responsabilidades e alguns contornos fáticos, há evidências de que o requerente sabia, podia e devia ter agido”, diz um trecho da manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Os advogados João Paulo Boaventura e Thiago Turbay, que representam o ex-comandante da PM, disseram em recurso enviado ao STF que o relatório da intervenção na segurança pública do Distrito Federal descarta omissão ou conivência com a ação dos extremistas. A defesa alega que ele não participou do planejamento da operação de segurança para o dia 8 de janeiro e que o trabalho ficou a cargo do Departamento Operacional (DOP) da Polícia Militar.

A PGR afirma, no entanto, que ele “tinha pleno conhecimento das manifestações” e agora busca “afastar sua responsabilidade penal”. Na avaliação do órgão, o então comandante da PM deveria ter “mobilizado toda a tropa a tempo e hora de conter o avanço do grupo golpista” que invadiu os prédios dos três Poderes no dia 8 de janeiro.

“É pouco ou nada crível que o Comandante-Geral da Polícia Militar desconhecesse a gravidade dos atos que se avizinhavam na manhã do dia 8 de janeiro, tanto que, pessoalmente, deslocou-se para o sítio dos fatos para acompanhar todos os seus desdobramentos causais”, argumenta o subprocurador.

A decisão sobre a continuidade ou não da prisão cabe agora ao ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os atos golpistas.

Defesa

Os advogados de Vieira, João Paulo Boaventura e Thiago Turbay, afirmaram terem recebido com surpresa a manifestação da PGR.

“A presunção aparente de ter havido responsabilidade por omissão não resiste aos fatos, que constituem inegavelmente prova ao contrário. É preciso calçar as chuteiras da dogmática e correção técnica. Caberá ao Supremo, a quem depositamos nossa confiança na forte proteção ao Estado Democrático de Direito, a correta interpretação dos fatos, o necessário aprumo jurídico e o resgate da confiança cívica e Institucional na Democracia”, declararam os advogados.

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