Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2015
A Procuradoria-Geral da República deve apresentar nesta quinta-feira ao STF (Supremo Tribunal Federal) denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava-Jato. A intenção era oficializar a denúncia nessa quarta-feira, mas devido a um problema burocrático, a apresentação do documento à corte foi adiada.
Cunha, que nega as acusações, se recusou a comentar a denúncia. “Não vou comentar. Só vou comentar quando houver fatos. Suposições eu não comento”, afirmou o peemedebista. Pesa contra ele uma possível participação na movimentação de recursos na Suíça.
As investigações apontaram 54,5 milhões de reais depositados pelo executivo Júlio Camargo em contas indicadas pelo lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB na estatal. O doleiro Alberto Youssef citou, em depoimento, que Baiano intermediava pagamentos de Camargo a Cunha.
O ex-presidente da República e senador, Fernando Collor (PTB-AL), também será denunciado por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. O procurador-geral Rodrigo Janot é quem assinará o nome de ambos ao STF.
O presidente da Câmara declarou nessa quarta-feira que não pretende se afastar do cargo, mesmo se for denunciado. Ainda disse que, caso isso aconteça, não haverá retaliação de sua parte.
“Escudo”
Em ofício enviado na terça-feira ao deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), Janot afirmou que Cunha usa a Câmara como “escudo” para se proteger da Lava-Jato. O texto foi escrito em resposta a um questionamento de Alencar sobre a coleta de documentos feita pela Polícia Federal no setor de informática da Casa. (AG e Folhapress)