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Economia Produção de carros no Brasil ainda não voltou aos números de antes da pandemia

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Produção e vendas de veículos sobem impulsionadas por crédito à indústria e ao consumidor. (Foto: Divulgação)

As montadoras brasileiras fecharam 2024 com 2,55 milhões de veículos produzidos, aumento de 9,7% na comparação com o ano anterior. Essa marca levou o Brasil a recuperar a oitava posição no ranking de maiores produtores mundiais, ultrapassando a Espanha. Segue, no entanto, distante do pico de 2,9 milhões de veículos registrado em 2018 e 2019, portanto antes da pandemia.

Segundo dados apurados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), os emplacamentos subiram 14,%, para 2,63 milhões. E o ritmo de vendas também avançou, com 14,2 milhões de veículos comercializados entre novos e usados, o melhor resultado da história do país, de acordo com a Anfavea.

Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), destaca que 2024 foi um ano positivo para a indústria geral no país, com uma expansão de 3% até dezembro e, pela primeira vez em dez anos, sobre uma base que não foi de contração.

“O bom desempenho da indústria e do setor automotivo está mais atrelado ao último ciclo de queda da taxa de juros, com um movimento conjuntural que levou o consumidor a voltar a comprar veículos, a partir de melhorias regulatórias que permitiram também aos bancos das montadoras expandirem a oferta de crédito, além da política industrial”, diz ele.

No último ano, houve ainda a entrada das montadoras chinesas, com veículos elétricos e estratégia agressiva de ganho de participação de mercado, pontua o economista do Iedi.

Concessão de crédito

O BNDES somou R$ 5,4 bilhões em aprovações de crédito direcionadas ao setor automotivo nos dois últimos anos, primeira metade do atual governo. Desse total, R$ 2,2 bilhões foram destinados a empresas de autopeças, enquanto R$ 3,1 bilhões seguiram para montadoras no país.

“Em 2024, a concessão de crédito foi um grande aliado do setor, que cresceu 36% as operações financiadas, representando 45% do total das vendas”, afirmou o presidente da Anfavea, Márcio Leite, em vídeo divulgado pela associação.

O volume de recursos para o setor em 2023 e 2024 supera em 10,2% o registrado nos quatro anos anteriores, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi de R$ 4,9 bilhões. Somente no ano passado, foram R$ 3,6 bilhões em crédito aprovado para o setor automotivo, o maior volume já registrado desde 2016. Embora fique ainda pouco acima de um terço do pico de R$ 9,9 bilhões de 2013.

O salto desse par de anos, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, resulta de um conjunto de políticas públicas de estímulo a esse setor, destacando a Nova Indústria Brasil e o Mover, programa de incentivo à inovação e à descarbonização da frota de veículos, que ultrapassa R$ 130 bilhões em investimentos anunciados por companhias do setor.

Desafios

A alta em importações — o volume registrado em 2024 foi o maior em dez anos, com déficit na balança comercial do setor — é visto como um dos desafios para a indústria automotiva neste ano, afirma o presidente da Anfavea, Márcio Leite. “Para 2025, nós vamos ter um desafio em relação à taxa de juros, que pode impactar o mercado automotivo”, disse no vídeo.

A atuação do BNDES, destaca Cagnin, é estratégica no sentido de colaborar para a transformação da estrutura da indústria automotiva brasileira, sob o guarda-chuva da Nova Política Industrial e das metas de inovação e descarbonização. São avanços que trarão mudanças mais qualitativas do que quantitativas, diz ele, demandando que essa política seja mantida no longo prazo.

“Este ano, vamos ver como ficará. A queda do dólar, em algum momento, terá de ser repassada aos componentes importados na cadeia automobilística. Mas a alta dos juros afeta o custo dos financiamentos. Há incertezas no cenário interno, sobre a dívida pública, mas também externo, sobretudo com o governo Trump e a perspectiva da adoção de políticas mais protecionistas”, acrescentou Rafael Cagnin, economista do Iedi.

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