Com produção estimada em mais de 4,7 milhões de toneladas, o cultivo do milho no Rio Grande do Sul registrou aumento de 6,1% na safra 2024/2025, em comparação ao período anterior. Especialistas atribuem o resultado positivo a uma combinação de fatores: plantio no início do zoneamento agrícola para a cultura (agosto), condições meteorológicas do período de desenvolvimento (setembro-outubro), boas práticas de manejo e o uso de irrigação.
O dado foi divulgado nessa terça-feira (11), durante o tradicional “Café com a Imprensa”, realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural e Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Emater-Ascar) durante a feira Expodireto Cotrijal, na cidade de Não-Me-Toque (Noroeste gaúcho). O evento começou na segunda (10) e prossegue até sexta.
Coube ao diretor técnico da Emater-RS, Claudinei Baldissera, o detalhamento dos dados relativos à segunda estimativa da safra de grãos de verão. Os números apontam que o Estado deve colher nesta safra 28.050.178 toneladas de grãos, em uma área cultivada de 8.435.197 hectares.
A cultura mais presente nas propriedades rurais é o milho, devido ao seu uso em diversas cadeias produtivas. Nesta safra foram cultivados 696.587 hectares com o grão, com produtividade média de 6.866 quilos por hectare (kg/ha), 21,6% a mais que na safra 2023/2024.
O milho silagem ocupa uma área de 336.531 hectares. Estima-se uma produção superior a 12,3 milhões de toneladas, 11,9% a mais que na safra anterior.
Já a soja – principal cultura do Estado – apresenta um pequeno aumento (0,3%) de área cultivada, totalizando mais de 6,7 milhões de hectares. Mas as condições meteorológicas não foram favoráveis ao desenvolvimento da cultura, o que ocasionou a redução de 17,4% da produção, sendo esta estimada em 15.072.765 toneladas, com produtividade de 2.240 kg/ha (redução de 20,3% na produtividade se comparada à safra 2023/2024).
O arroz irrigado ocupa uma área de 970.194 hectares. A Emater/RS-Ascar estima produtividade de 8.376 kg/ha e uma produção de mais de 8,12 milhões de toneladas do grão. Já o feijão 1ª safra é cultivado em uma área de 27.149 hectares e alcançou uma produção de 49,9 mil toneladas. Na 2ª safra, a estimativa é de 11.913 hectares (-46,5% de área em relação à safra anterior), com produção de 18.196 toneladas.
Com a palavra…
“A qualidade dessas informações se dá porque em cada município tem um extensionista fazendo interlocução com todos os agentes que promovem a agricultura local. Isso nos traz segurança para divulgar dados consistentes, de credibilidade”, afirmou o presidente da Emater/RS, Luciano Schwerz.
O presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, disse que a Emater/RS-Ascar é a vitrine da cultura familiar, do desenvolvimento e da diversificação da agroindústria familiar. “Quero agradecer todo o trabalho da Emater, pelo produto da agricultura que é a razão de existir da nossa cooperativa. Se não tivéssemos o produto, não teríamos cooperativa, e sem a Emater não teríamos suporte.”
Também presente no evento, o vice-governador gaúcho Gabriel Souza reconheceu a importância do anúncio dos dados da estimativa de safra em plena Expodireto: “Essa é uma divulgação fundamental para mostrar o quanto fomos afetados pela estiagem”.
(Marcello Campos)