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Produção de série derivada de “Game of Thrones” é interrompida por conta da greve de roteiristas de Hollywood

"Quanto tempo vai durar a greve? Nenhuma ideia", indagou George R.R. Martin, escritor dos livros da saga. (Foto: Reprodução)

O escritor dos livros “Game of Thrones”, George R.R. Martin, publicou em seu blog no último domingo (7) que a produção do spin-off da série “A Knight of the Seven Kingdom” (“O Cavaleiro dos Sete Reinos”, em tradução livre)’ foi interrompida devido à greve dos roteiristas.

“Quanto tempo vai durar a greve? Nenhuma ideia. Talvez os membros da Aliança dos Produtores de Cinema e de Televisão (AMPTP, sigla em inglês) caiam em si amanhã e ofereçam algumas concessões significativas, e a coisa toda pode ser encerrada na próxima semana. Eu não apostaria nisso, no entanto. Passei por várias delas desde que comecei a escrever para televisão e cinema em 1986. A greve de 1988, a primeira da qual participei, durou 22 semanas, a mais longa da história de Hollywood. A greve de 2007-2008, a mais recente, durou 100 dias. Esta pode durar mais”, escreveu R.R. Martin no blog.

A nova produção é baseada no livro “O Cavaleiro dos Sete Reinos — Histórias do Mundo de Gelo e Fogo” e contará a história de dois personagens, Dunk (futuro Lorde Comandante da Guarda Real, Sor Duncan the Tall) e Egg (o futuro rei Aegon V Targaryen), que vagam por Westeros aproximadamente 100 anos antes dos eventos da série principal.

R.R. Martin disse também que os roteiros dos oito episódios foram concluídos meses atrás, muito antes do início da greve, mas sem revisões. “Os escritores fizeram seu trabalho; o resto está nas mãos dos diretores, elenco e equipe… e claro dos dragões”, diz o autor da série.

Greve 

Esta é a primeira greve da categoria em 15 anos. Da última vez, a paralisação durou 100 dias e custou US$ 2,1 bilhões à economia da Califórnia, além de ter afetado produções de cinema e TV.

A realização de uma greve pelo Sindicato dos Roteiristas da América (WGA, na sigla em inglês) foi aprovada no mês passado, caso as negociações com os estúdios fracassassem. Ao todo, são mais de 11 mil trabalhadores.

A categoria argumenta que os trabalhadores tiveram os salários prejudicados por causa da revolução do streaming, que resultou em temporadas de TV mais curtas e pagamentos residuais menores.

“As respostas dos estúdios às nossas propostas foram totalmente insuficientes, dada a crise existencial que os escritores estão enfrentando”, afirma um comunicado publicado pela WGA.

Por outro lado, a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMTPT, na sigla em inglês), que representa alguns estúdios como Walt Disney e Netflix, afirmou que ofereceu “aumentos generosos” durante a negociação.

Em comunicado, a aliança disse que entre os principais pontos de discórdia estavam propostas que “exigiriam que uma empresa contratasse um certo número de escritores para um programa por um período de tempo especificado, seja necessário ou não”.

Outro ponto que está em negociação é o uso de inteligência artificial (IA). O WGA quer uma garantia para que os estúdios não usem o recurso para criar scripts a partir de trabalhos anteriores, ou que os escritores revejam rascunhos criados por IA.

A crise que atinge as produções de Hollywood também envolvem a queda na receita publicitária das emissoras de TV, além do avanço do streaming.

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