Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2022
Desde o primeiro dia do ano, o crescimento da produção subiu 6,9%, com 2,178 milhões de veículos produzidos entre janeiro e novembro
Foto: ReproduçãoA produção de veículos subiu 4,9% no mês passado se comparada a novembro de 2021, chegando a 215,796 mil unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Frente a outubro, novembro mostrou alta de 4,7%, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira, 7, pela Anfavea, associação que representa as montadoras.
Desde o primeiro dia do ano, o crescimento da produção subiu 6,9%, com 2,178 milhões de veículos produzidos entre janeiro e novembro. As vendas de veículos, por outro lado, recuaram 1,3% no período – no total 1,887 milhão de veículos foram vendidos nos onze meses.
Comparação mensal
Na comparação entre novembro de 2022 e o mesmo mês de 2021, porém, as vendas de veículos subiram 17,9%. Em relação a outubro, houve elevação de 12,8% nas vendas no mês passado, com 204,011 mil veículos licenciados.
As exportações subiram 1,6% entre outubro e novembro. No total, 43,437 mil veículos foram embarcados no mês passado, 55,0% a mais do que em novembro de 2021. Nos 11 primeiros meses do ano, as montadoras exportaram 449,705 mil veículos, o que corresponde a um crescimento de 34,3%.
O levantamento da Anfavea mostra ainda que as montadoras abriram 175 vagas de trabalho em novembro, encerrando o mês com 104.523 pessoas empregadas.
Juros altos podem atrapalhar meta de vendas
As vendas totais de janeiro a novembro somam 1,888 milhão de unidades, 1,3% abaixo do volume de igual período do ano passado. O setor corre o risco de não encerrar 2022 com o número esperado, de 2,140 milhões de licenciamentos. “Precisamos vender neste mês 252 mil unidades, o que é factível”, aposta o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. Esse volume mensal, contudo, não é atingido desde outubro de 2018.
Um dos fatores que pode pesar contra a meta são os juros altos e a restrição ao crédito. Em novembro, 70% das vendas de veículos foram à vista e só 30% a prazo. “Não identificamos nenhum outro período com essa participação das vendas à vista em 20 anos de nossa série histórica”, informa o executivo.
Já a produção deve superar nesta semana o número total de 2021, de 2, 248 milhões de veículos. A previsão para este ano é de 2,34 milhões de unidades, o que deve ser alcançado mesmo com férias coletivas programadas por várias montadoras. A Volkswagen, por exemplo, já tem programado parada de 20 dias na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a partir do dia 26.
Em dezembro de 2021 esse movimento não foi tão expressivo porque as paradas foram diluídas ao longo de todo o ano em razão da falta de componentes, em especial semicondutores. O desabastecimento deve continuar pelo menos até a primeira metade de 2024, prevê Leite, embora de forma menos acentuada.
O executivo ainda acredita ser possível que o atual governo publique ainda este mês Medida Provisória com incentivos para a produção local de semicondutores, compromisso que vem sendo adiado há vários meses pelo ministro da Fazenda Paulo Guedes.