A produção industrial brasileira cresceu 1,1% em outubro, na comparação com setembro, segundo divulgou nesta quarta-feira (02) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com o setor cravando a sexta alta seguida mas mostrando desaceleração do ritmo de recuperação.
Em relação a outubro de 2019, avançou 0,3%, após crescer 3,7% em setembro, quando interrompeu dez meses de resultados negativos seguidos nessa comparação. O IBGE revisou os dados da indústria dos dois meses anteriores. A alta de agosto foi de 3,4%, pouco abaixo do divulgado anteriormente, que foi de 3,6%. Já a alta de setembro foi revisada para cima, de 2,6% para 2,8%.
Indústria ainda tem queda de 6,3% no ano
No acumulado no ano, porém, o setor ainda acumula queda de 6,3%. Em 12 meses, a perda é de 5,6%, ligeiramente maior do que a acumulada nos 12 meses até setembro (-5,5%).
Com o avanço de 39% em seis meses, o setor está agora 1,4% acima do patamar de fevereiro, quando a pandemia de coronavírus ainda não havia afetado a produção do país. Em setembro, a indústria já tinha conseguido recuperar o patamar pré-pandemia. “Mesmo com o desempenho positivo nos últimos meses, o setor industrial ainda se encontra 14,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”, destacou o IBGE.
Destaques de outubro
Segundo o IBGE, 15 dos 26 ramos pesquisados mostraram crescimento na produção em outubro. A influência positiva mais relevante no resultado foi a da produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (4,7%). O segmento acumulou expansão de 1.075,8% em seis meses, mas ainda assim se encontra 9,1% abaixo do patamar de fevereiro.
Outras destaques vieram de metalurgia (3,1%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (4,5%), máquinas e equipamentos (2,2%), produtos de metal (2,8%) e couro, artigos para viagem e calçados (5,7%).
Perspectivas
Após o tombo recorde em meio à pandemia de coronavírus, a indústria mostrou uma recuperação rápida no 3º trimestre e tem sido um dos destaques da retomada da economia.
Estudo divulgado na véspera pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostrou que a produtividade do trabalho na indústria cresceu 8% no 3º trimestre, depois de duas quedas consecutivas. Outro levantamento apontou também que o uso da capacidade industrial em setembro foi o maior dos últimos 5 anos.
A recuperação do setor, porém, ainda é desigual. Embora a produção e faturamento já tenham retornado aos patamares de fevereiro, continuam abaixo da média de 2019, segundo a CNI. Já o emprego industrial permanece inferior ao nível pré-crise.
O mercado financeiro passou a estimar uma retração de 4,50% para a economia brasileira neste ano e de 3,45% em 2021, segundo pesquisa Focus divulgada na segunda-feira (30) pelo Banco Central.