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Produtores rurais do Rio Grande do Sul tentam salvar o que restou das lavouras

Na Ceasa de Caxias do Sul, produtores tentam vender o pouco que sobrou. (Foto: Reprodução)

As pequenas propriedades começam a contabilizar as perdas causadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Em algumas lavouras, o acesso é restrito pelo alagamento e muitos produtos que seriam vendidos para merenda escolar, em feiras ou nas próprias propriedades foram perdidos.

Na Central de Abastecimento de Caxias do Sul, produtores tentam vender o pouco que sobrou.
“Está tudo estragado. Tem uns pés lá que, para tu encher uma caixa, tem que botar 30 pés, e não enche a caixa.”

A Serra Gaúcha é responsável por grande parte da uva, do pêssego, da maçã e do caqui produzidos no Brasil, além de fornecer quase 70% das hortaliças consumidas no Rio Grande do Sul. A região ainda é uma das maiores fabricantes de suco, vinhos e espumantes do país.

Acessar algumas dessas propriedades é um desafio. Mais de 20 dias depois das primeiras chuvas, muitas delas ainda estão isoladas.

Uma ponte era a principal ligação da comunidade rural Santa Isabel com o centro de Caxias do Sul. Ela é de concreto e resistiu à força da enxurrada.

Já as duas cabeceiras dos dois lados, não. A força da água foi tão grande que levou todo o barranco. Então, hoje, a ponte liga nada a lugar nenhum.

Em Bento Gonçalves, município vizinho, mais perdas. Desta vez, nos vinhedos.

“Toda a safra de uva já havia sido colhida. Então, a gente não corre risco de desabastecimento de suco, vinho, espumante e derivados de uva para este ano”, afirma o enólogo Thompson Didoné, da Emater-RS. A maior preocupação agora é com os agricultores. “Nós temos a questão da segurança do agricultor voltar para sua propriedade”, continua.

Prejuízos

Muitos produtores ainda não têm a real dimensão dos prejuízos, isso porque muitas áreas ainda estão alagadas. Na propriedade de Eiscilda de Souza, por exemplo, a água começou a baixar, mas os níveis subiram novamente, alagando o milho. São 6 hectares e quase R$ 8 mil de investimento que podem ser perdidos.

Parte da lavoura e da silagem que Armando Porsch havia feito nesta safra ficou embaixo d’água. Ele planta de tudo um pouco no município de Parobé, a 95 km de Porto Alegre. No feijão, por exemplo, a colheita já tinha que ter sido feita. Vagens apodrecem e grãos estão brotados.

“Está tudo perdido, não tem mais o que fazer. É ficar sem renda, porque a gente vivia disso e não tem nem serviço fora, porque não tem como se deslocar, pois ficamos ilhados. só tem uma saída, que dá 18 km a mais”, diz o produtor.

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