O Jardim Botânico de Porto Alegre completa neste sábado (10) o seu 64º aniversário de fundação. Para comemorar a efeméride, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) – responsável pela administração – preparou uma série de atividades especiais na unidade, localizada na Zona Leste da cidade.
Estão previstas oficinas, trilhas, visitas guiadas e exposição de coleções do acervo de ciências naturais da instituição. Técnicos e pesquisadores participarão de forma interativa com os visitantes. O cronograma também abrange atrativos para as crianças, como contação de histórias e ações lúdicas.
Os público poderá, ainda, realizar atividade de meditação e, ao final do dia, acompanhar uma apresentação musical da Orquestra Villa-Lobos.
A iniciativa tem como instituições apoiadoras o Instituto Técnico Federal e o Instituto Caminho do Meio, que apresentarão o projeto “Eco Viamão” sobre hortas escolares, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que fará uma exposição sobre o projeto “Revelar o Pampa”.
Também constam na lista de parceiros Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes Esquizofrênicos e as instituições Brahma Kumaris, Cataventus e Jin Shin Jyutsu Solidário.
Serviço
O evento será realizado ao longo do horário de funcionamento da instituição (10h às 17h), em uma área que totaliza quase 40 hectares. Em caso de chuva, as atividades serão reagendadas.
A programação é gratuita mas é cobrado ingresso para entrada no parque: R$ 6 para adultos, com meia-entrada para estudantes e idosos. Crianças de até 5 anos são isentas. Automóveis pagam R$ 11 e motocicletas R$ 5,50. Também é possível adquirir passaporte individual para todo o mês, a um custo de R$ 14.
Endereço: avenida Doutor Salvador França nº 1.427, bairro Jardim Botânico. Informações adicionais podem ser obtidas pelo telefone (51) 3320-2027 ou whatsapp (51) 9842-70-460.
História
O projeto para um jardim botânico em Porto Alegre remonta ao início do século de 1800, quando o imperador português Dom João VI, depois de criar o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, enviou mudas para Porto Alegre a fim de estabelecer um parque semelhante na capital gaúcha.
Essas mudas permaneceram retidas em Rio Grande (Litoral Sul), onde foram plantadas. Mas em seguida o agrônomo Paulo Schoenwald doou um terreno ao governo do Estado para a criação de uma área verde nos mesmos moldes. O projeto também não vingou.
Uma terceira tentativa seria feita em 1882, quando o vereador Francisco Pinto de Souza apresentou uma proposta de aproveitamento científico da área então conhecida como a Várzea de Petrópolis, prevendo um jardim e um passeio público. Considerado utópico, o plano foi arquivado por décadas, só voltando à pauta em meados do século de 1900.
Em 1953, uma lei municipal autorizou o alienamento de uma área de 81,57 hectares, dos quais 50 hectares ficariam destinados à criação de um parque ou jardim botânico. Uma comissão foi formada para elaborar o projeto.
Dentre seus membros foi destacado o professor Teodoro Luís para coordenar a implantação, deflagrada em 1957 com o plantio das primeiras espécies selecionadas: uma coleção de palmeiras, coníferas e suculentas. Quando aberto ao público, em 10 de setembro de 1958, já dispunha de quase 600 espécies.
Pouco depois, em 1962 foi inaugurada a estufa para os cactos e, na década seguinte o Jardim Botânico foi integrado à Fundação Zoobotânica, junto com o Parque Zoológico e o Museu de Ciências Naturais.
Nessa época iniciou-se a coleção de arbóreas, com ênfase em espécies famílias de importância ecológica, grupos temáticos e formações florestais típicas do Estado. Também foi criado um programa de expedições para coleta de espécimes e sementes.
Um projeto vinculado ao Programa Pró-Guaíba possibilitou, nos anos 1990, um melhoramento na infra-estrutura do Jardim Botânico, quando foram construídos viveiros para bromélias, orquídeas, suculentas, lianas e cactos, e foram feitas reformas no centro de visitantes e na administração, além da criação de um Banco de Sementes.
Hoje o Jardim Botânico de Porto Alegre possui uma área de 39 hectares, consolidada depois de vários processos judiciais. É considerado um dos cinco maiores jardins botânicos do Brasil, em vista da diversidade de sua coleção e sua organização.
O público principal é formado por estudantes e cientistas, mas também é constante a frequência de turistas e moradores da cidade. Juntos, somam ao menos 60 mil visitantes por ano.
(Marcello Campos)