Ícone do site Jornal O Sul

Projeto amplia testagem e rastreamento de casos de coronavírus no Rio Grande do Sul

Anúncio do projeto foi feito pelo governador Eduardo Leite e pela secretária da Saúde, Arita Bergmann. (Foto: Reprodução)

Considerada uma das estratégias mais eficazes em países que conseguiram controlar a pandemia de coronavírus, a ampliação da testagem da população gaúcha com o rastreamento de casos é o foco do Testar RS. O projeto foi lançado pelo governador Eduardo Leite nesta quinta-feira (23), em transmissão ao vivo pelas redes sociais.

“A Covid-19 é uma doença nova, que assusta e ensina. Hoje, já sabemos que o seu enfrentamento envolve uma série de ações complementares. Estamos lançando esse amplo programa de testagem e busca ativa de infectados, o Testar RS, que vai ser operacionalizado pelo Estado em conjunto com o Ministério da Saúde e as secretarias municipais de Saúde e com o apoio da iniciativa privada, por meio do programa Todos Pela Saúde, que darão suporte para essa ação pioneira e, tenho certeza, será um bom exemplo para o Brasil”, anunciou o governador.

Atualmente, são feitos 1 mil exames diários do tipo RT-PCR, que detecta a presença do vírus no organismo e é considerado o mais eficiente para diagnóstico da doença, seja pelo Lacen-RS (Laboratório Central do Estado) ou por laboratórios parceiros de universidades. Com o Testar RS, o objetivo é ampliar em mais 7 mil exames por dia – totalizando 8 mil testes no RS.

A ampla testagem em conjunto com a análise do perfil dos casos confirmados e sua distribuição geográfica no território gaúcho possibilitarão direcionamento mais eficiente das estratégias de distanciamento social, buscando promover a quebra da cadeia de transmissão do vírus, conforme o governo.

“Além de ampliar a testagem, vamos usar o aplicativo Dados do Bem, que vai nos ajudar a acelerar o rastreamento. A intenção é diagnosticar mais rapidamente, fazendo busca ativa pelas pessoas contactantes de casos confirmados para testá-las também. Se confirmar o diagnóstico, poderemos fazer rapidamente o isolamento. Com isso, queremos reduzir a transmissão comunitária do vírus e reduzir o crescimento da curva epidêmica de forma a assegurar a capacidade de atendimento hospitalar no RS”, apontou Leite.

Testagem massiva em duas etapas

A estratégia será dividida em duas etapas. A primeira, que já começou nesta quinta, será aplicada em dois grupos prioritários: as cerca de 800 Instituições de Longa Permanência de Idosos, devido ao alto risco de exposição ao vírus, evidenciado pelos diversos surtos nesses locais, e os estabelecimentos de saúde, que têm muitos profissionais afastados por suspeita e precisam estar seguros para atuarem no combate à pandemia.

Também fazem parte da fase inicial pessoas com sintomas gripais que residam nos 30 maiores municípios gaúchos com mais de 40 mil habitantes e maior incidência de casos confirmados de Covid-19.

“Já na primeira etapa, vamos disponibilizar a realização de mais 1 mil testes diários, uma parte no Lacen e outra no Paraná e em São Paulo. Posteriormente, graças ao envio pelo Ministério da Saúde de um extrator, junto aos kits de insumos, e de mais um que o Estado está adquirindo, teremos mais agilidade na realização dos exames que hoje são feitos de forma manual. Com cada extrator, poderemos dobrar a capacidade de testagem”, afirmou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

Além disso, parte dos testes será feita pelo Lacen e por laboratórios conveniados, e outra parte será enviada a um laboratório autorizado pelo Ministério da Saúde, no Paraná ou em São Paulo. O governo federal já anunciou que o RS terá 500 mil testes para executar esse projeto, possibilitando alcançar os 7 mil exames diários na segunda fase do projeto, além dos 1 mil testes que hoje já são realizados.

Nesta etapa, que será iniciada em agosto e que alcançará todo o Estado, mais dois grupos serão amplamente testados: os casos sintomáticos e os casos suspeitos por serem contactantes próximos de casos confirmados de Covid-19.

Para essa segunda fase, a tecnologia e a adesão da população serão fundamentais para poderem ser rastreados e isolados possíveis contaminados e que estão assintomáticos. Serão usados os dados do aplicativo Dados do Bem, desenvolvido pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, para identificar as pessoas que tiveram contato com quem foi testado positivo para o coronavírus.

O aplicativo é gratuito e de acesso universal, sendo possível definir públicos específicos para encaminhamento para testes (ex.: cidades ou número de contatos). Como a plataforma terá os locais de realização de testes, facilita o acesso do usuário, com a disponibilidade de agendar a coleta no local mais próximo da sua residência. Clique aqui para baixar o aplicativo Dados do Bem.

Para que todas as pessoas com sintomas gripais possam fazer o teste, o governo organiza uma central de recebimento, triagem, acondicionamento e envio de amostras para centros de triagem regionais, que serão criados. Além disso, o Estado contará com a parceria de municípios para criar centrais municipais.

O transporte será feito para laboratórios de fora do RS por meio do Ministério da Saúde e, no Estado, está sendo organizada uma estrutura com apoio das Coordenadorias Regionais de Saúde e do Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem), prevendo, inclusive, o uso de ônibus intermunicipais.

Sair da versão mobile