Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 19 de janeiro de 2017
Um trabalho de pesquisa inédito na pecuária de corte vem contando com o apoio de associados da Conexão Delta G. Com o objetivo de aprimorar a reprodução bovina, professores e estudantes da Universidade Norte do Paraná (Unopar), de Arapongas, estiveram em Santana do Livramento (RS), na Agropecuária Caty, e em Dom Pedrito (RS), na Estância Guatambu, onde conduziram experimentos em touros com a coleta em mais de cem animais da raça Braford na primeira propriedade e de cerca de 50 exemplares da raça Hereford na segunda.
A análise faz parte de uma pesquisa sobre reprodução bovina e adaptação de touros de várias raças na qual os professores estão realizando em todo o país em projeto audacioso e pioneiro. “Desta visita, novos desafios foram traçados e a pesquisa vai continuar com o plantel selecionado por adaptação das duas associadas da Conexão Delta G e certamente esta parceria vai dar muito o que falar”, avalia o presidente do Conselho Técnico da Conexão Delta G, Bernardo Pötter.
O trabalho é realizado pelos professores da Unopar Flavio Barca, Celso Koetz Júnior e Gabriel Perreira, juntamente com a mestranda Patricia Cruz. Na ocasião, foram avaliados a pressão sistólica e diastólica e fluxo sanguíneo na artéria testicular (que são as medidas de testículos e a e espessura da pele do escroto) com a utilização de ultrassom Doppler. “Estes procedimentos visam identificar animais mais adaptáveis aos trópicos e, inclusive, com a possibilidade de estudar a relação com a resistência à infestação de carrapatos, que é outro trabalho pioneiro e de destaque da Conexão Delta G com a Embrapa e o Gensys”, complementa o proprietário da Estância Guatambu, Valter Pötter.
O proprietário da Agropecuária Caty, Adroaldo Pötter, explica que uma nova avaliação será feita em 90 dias e metade dos lotes analisados serão enviados para Araçatuba (SP), quando em outubro novos testes serão conduzidos para verificar a diferença de adaptação dos animais Braford da propriedade nos diferentes climas. “Este é um trabalho importante e que nos dá uma credibilidade comercial muito grande”, define.
Bernardo explica que a questão da adaptação se refere à termorregulação dos testículos, crucial par adaptação ao calor, influencia na degeneração testicular, fertilidade dos animais, entre outros. O fluxo sanguíneo funciona como um radiador de carro, refrigerando os testículos. A espessura da pele também influencia na capacidade de manter a temperatura em níveis fisiológicos.
Os primeiros trabalhos relacionados a esta pesquisa já foram publicados na American Society of Animal Science, uma das mais importantes publicações do mundo no que diz respeito à pesquisa científica na área animal.