Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O presidente Jair Bolsonaro foi simples, claro e objetivo. Os participantes do Fórum Econômico Mundial, ontem, em Davos, não ouviram a exposição de um intelectual, de um orador eloquente ou de um ator com recursos de cena. A plateia sabe distinguir quem comparece para contar lorotas. Bolsonaro desanuviou o horizonte, garantindo que o país dará segurança aos investimentos estrangeiros. Foi o suficiente.
Subindo no muro
O governador de São Paulo, João Doria, não perdeu a chance e voou para Davos. Aproveitou para provocar os históricos do seu partido: “O PSDB vai mudar, será de centro e respeitará direita e esquerda”. Justificou: “O partido precisa estar sintonizado com a população e não com seu passado.” Falta saber como reagirá hoje a executiva nacional ao novo mandachuva.
Todos reconhecem a crise
A ida de deputados estaduais da oposição ao Palácio Piratini para conversas individuais com o governador Eduardo Leite revela a gravidade da situação financeira do Estado. A tendência é de que os debates na Assembleia Legislativa deixarão o campo das provocações, como ocorreu no ano passado, e se tornem o caminho para a busca de soluções.
No ringue
Provocadores esperam que sejam diários os debates entre a provocadora Joice Hasselmann, do PSL, e a explosiva Gleisi Hoffmann, do PT, no plenário da Câmara. Deputados propõem que fique determinado um horário para começar e sem limite de rounds para terminar.
De mal a pior
Com rombo de 6 bilhões no orçamento, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, decretou estado de calamidade financeira. Une-se a Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Roraima e Roraima. Não há sinal de que voltarão a respirar até o final do ano. O déficit somado dos orçamentos dos sete Estados ultrapassa 80 bilhões de reais.
Sem efeito
Em maio, a Lei de Responsabilidade Fiscal completará 19 anos. Criada para ser um freio no desequilíbrio entre receita e despesas, ficou apenas no papel. Nenhum governador negligente foi punido pelas frequentes transgressões, que elevaram as dívidas à estratosfera.
Questão de tempo
O governo federal vai espremer o que puder. Depois, chamará cada um dos governadores que enfrenta a crise financeira para auxiliar com boias. Só falta definir o momento. Em Brasília, os tecnocratas sabem que os Estados não podem se afogar. Se isso acontecer, a União também será puxada ao fundo pela correnteza.
Não pode dar certo
A arrecadação anual da Previdência Social, no setor privado, é de 412 bilhões de reais. O pagamento de pensões e aposentadorias vai a 548 bilhões.
Falta coragem
Muitos aliados gostariam de dizer ao presidente Jair Bolsonaro que o momento mais indicado para paparicar os filhos é o encontro familiar nos finais de semana.
Estão na pista
Deputados estaduais de primeira viagem, que assumirão dia 31 deste mês, têm ido com frequência à Assembleia Legislativa. Começam a adaptar os gabinetes, ouvem, perguntam, anotam e apertam o cinto para decolagem.
Há 25 anos
O que o País já passou: a 23 de janeiro de 1994, o diretor da Secretaria de Direito Econômico, Antônio Gomes Filho, encaminhou à Procuradoria-Geral da República 50 processos contra empresários que tinham aumentado os preços de forma abusiva. Pediu que fossem condenados a cinco anos de prisão. Gomes Filho declarou: “No Brasil, não temos capitalismo e sim canibalismo.”
Além das palavras
A maioria dos políticos conhece superficialmente a obra de Mario Quintana, mas assimilou ensinamento do poeta: “A maior conquista do pensamento ocidental foi o emprego das reticências.”
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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