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Grande expectativa no País com a delação premiada do empresário Eike Batista

Eike Batista, enquanto deixava a sede da PF, em janeiro, após depoimento na Delegacia de Combate ao Crime Organizado e Desvio de Recursos. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A PGR (Procuradoria-Geral da República) está enviando a proposta de delação do empresário Eike Batista para o MPF-RJ (Ministério Público Federal no Rio de Janeiro) para que sejam colhidas novas provas.

Eike Batista apresentou ao MP um arsenal de informações, para propor sua delação premiada. Em um dos capítulos, ele revela que coube a José Carlos Bumlai, o amigão de Lula, negociar a propina que seria paga pelo Império X ao ex-presidente petista. Ele prometeu entregar contratos firmados com construtoras encarregadas de mascarar o pagamento de propinas do grupo X.

Em sua proposta, o empresário ofereceu o pagamento de uma quantia de R$ 55 milhões como multa, como forma de “ressarcir” o valor pago como propina a agentes públicos. Segundo as investigações da Operação Lava-Jato, Eike teria pago 16 milhões de dólares ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), a fim de obter vantagens indevidas em seus negócios, no Estado do Rio de Janeiro.

Eike foi preso em janeiro, pela Operação Eficiência, um dos desdobramentos da Lava-Jato no Rio, derivada da Calicute, que levou à prisão o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e sua esposa, Adriana Ancelmo. Um julgamento realizado em agosto deste ano no STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou, por 3 votos a 1, a prisão preventiva de Eike Batista, mas o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que ele deveria ser mantido em prisão domiciliar.

Ascensão

Recente matéria da revista IstoÉ mostrou a ascensão e queda do empresário que em 2012 apareceu em sétimo lugar na lista de maiores bilionários do mundo, de acordo com a revista Forbes. Naquela ocasião, ele disse que pretendia ser o homem mais rico do mundo até 2015.

Eike ostentava carros exclusivos, como uma Mercedes Benz SLR McLaren, avaliada em US$ 1,2 milhão, em 2006, e uma Lamborghini Aventador, modelo vendido no Brasil a pouco mais de R$ 3 milhões.
O Grupo X, império construído pelo empresário, contava com usinas térmicas, mineradoras, petroleiros e estaleiro e se fortaleceu durante a política de campeões nacionais do ex-presidente Lula.

Segundo a Forbes, a queda de seu patrimônio é uma das maiores da história. Depois de alcançar um patrimônio de US$ 34 bilhões, tornou-se um bilionário negativo, ou seja, ficou nove dígitos no vermelho, e agora conta com pouco mais de US$ 100 milhões, de acordo com a Bloomberg.

Queda
Desde que foi preso, Eike está afastado da direção de seus negócios à frente do Grupo X, fundado por ele.  Em boa parte, o império de Eike Batista cresceu graças à política de campeões nacionais do ex-presidente Lula, que concedeu crédito farto e barato do BNDES para grupos como Odebrecht e JBS, hoje focos da operação Lava-Jato.

Em junho de 2013, porém, os planos começaram a ruir quando a OGX reduziu o plano de produção de petróleo, confirmando uma desconfiança generalizada no mercado de que as promessas de Eike eram infundadas. Em outubro daquele ano, a empresa entrou em recuperação judicial com uma dívida de R$ 11,2 bilhões. Na sequência, outras empresas do grupo, como a OSX, entraram em dificuldades também. A situação do empresário piorou ainda mais com o envolvimento na Lava-Jato.

As dívidas e cobranças de Eike só crescem. O Bradesco, um de seus maiores credores, luta na justiça para receber mais de R$ 1 bilhão do empresário. Ele tenta se desfazer de alguns bens, como jet ski, uma Lamborghini Aventador e lanchas como a Spirit of Brazil Intermarine 680, de 68 pés (20,7 metros), avaliada em R$ 3,5 milhões.

 

 

 

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