Domingo, 09 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de junho de 2017
O senador Romário (PSB-RJ) vai realizar uma audiência pública para debater uma proposta de criminalização do funk que, apresentada por um empresário paulista no site da Casa, alcançou 20 mil assinaturas de apoio. Para o debate, Romário, que é radicalmente contra a proposta, convidou, entre outros artistas, as cantoras Anitta e Valesca Popozuda e os cantores MC Marcinho e Nego do Borel, além dos antropólogos Hermano Vianna e Mylene Mizhari.
O empresário Marcelo Alonso, autor da proposta, também será convidado. A sugestão ainda está longe de ser aprovada. Não é nem um projeto de lei. Ocorre que qualquer pessoa pode cadastrar uma proposta no site do Senado. Se a sugestão alcançar 20 mil assinaturas de apoio, será analisada e pode ou não se tornar um projeto de lei. Em sua proposta, que alcançou a marca, ele chama o funk de “falsa cultura”.
“Os chamados bailes de “pancadões” são somente um recrutamento organizado nas redes sociais por e para atender criminosos, estupradores e pedófilos a prática de crime contra a criança e o menor adolescentes ao uso, venda e consumo de álcool e drogas, agenciamento, orgia e exploração sexual, estupro e sexo grupal entre crianças e adolescente, pornografia, pedofilia, arruaça, sequestro, roubo e etc”, alega Marcelo Alonso.
Romário anunciou a audiência pública nesta quarta-feira em sua página no Facebook, mas garantiu que se opõe incondicionalmente à sugestão. “Como um carioca nato e um eterno funkeiro, sou totalmente contra essa proposta. Além de ser inconstitucional, por atentar contra a liberdade de expressão, o funk tira pessoas do desemprego, gera renda e movimenta a economia”.
Paralelamente à audiência pública, o Senado abriu uma consulta pública em seu site para tratar da proibição do funk. A enquete coloca em discussão a proposta, que transformaria o estilo musical em “crime de saúde pública à criança, aos adolescentes e à família”. Na enquete, o Senado pergunta se o internauta concorda ou não com a ideia. Até as 13h desta quinta-feira, cerca de 15 mil haviam se manifestado sobre o tema, sendo que 11.783 pessoas votaram a favor, enquanto 3.285 se posicionaram contra.
Anitta já se posicionou
Recentemente a cantora criticou no Twitter a proposta de lei que criminaliza o funk – enviada ao Senado com mais de 20 mil assinaturas.
Com mais de 4 milhões de seguidores no Twitter, Anitta escreveu aos “22 mil desinformados que estão precisando sair do conforto de seus lares para conhecer um pouquinho mais do nosso país”.
Além disso, ela afirma que o funk “gera trabalho, gera renda”. Para aqueles que assinaram a proposta, ela pede para visitarem as áreas “menos nobres do nosso país e vocês descobririam isso rápido”. A cantora participou há poucos dias da Parada LGBT em São Paulo. (AG/Folhapress)