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Política Proposta de mudança no Imposto de Renda e de taxação dos mais ricos divide o Congresso

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A pesquisa ouviu 110 deputados de 18 partidos diferentes e 26 senadores de 11 siglas diferentes.

Foto: Divulgação
A pesquisa ouviu 110 deputados de 18 partidos diferentes e 26 senadores de 11 siglas diferentes. (Foto: Divulgação)

A proposta do governo de isentar do pagamento do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil mensais e taxar os mais ricos como forma de compensação divide o Congresso Nacional. É o que mostra uma pesquisa com parlamentares realizada pelo instituto Ranking dos Políticos.

A medida, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é uma das principais apostas do Planalto para tentar elevar a popularidade do petista, hoje no patamar mais baixo de seus três mandatos.

O Instituto Ranking dos Políticos é iniciativa da sociedade civil que produz levantamentos sobre a aceitação de projetos no Congresso Nacional e também sobre o desempenho de senadores e deputados federais com base em critérios como combate a privilégios, desperdícios e corrupção.

Segundo a pesquisa obtida pelo jornal O Estado de S.Paulo, na Câmara, 49,1% dos deputados aprovam a proposta e 45,4% rejeitam. Outros 5,5% não sabem ou não responderam.

No Senado, a resistência é um pouco menor. Por lá, 50% dos parlamentares apoiam a ideia, mas ela é desaprovada por 36,6%. Outros 15,4% não sabem ou não responderam.

A pesquisa ouviu 110 deputados de 18 partidos diferentes e 26 senadores de 11 siglas diferentes, respeitando o critério de proporcionalidade partidária, entre os dias 11 e 12 de fevereiro. A margem de erro é de 3,5 pontos porcentuais para mais ou para menos.

O diretor-geral do Ranking dos Políticos, Juan Carlos Arruda, afirmou ao Estadão que os resultados do levantamento apontam que a proposta tem um “forte potencial de aprovação” caso o projeto seja colocado em pauta.

“Nossa pesquisa aponta que aproximadamente metade dos deputados e senadores apoiam a medida, o que indica um forte potencial de aprovação caso o projeto avance. A depender dos termos de compensação fiscal, essa proposta pode se tornar uma aposta eleitoral relevante para o governo – caso não perca o protagonismo na proposição, como ocorreu com a reforma tributária”, afirmou Arruda.

Para ser aprovada, a proposta precisa receber a maioria dos votos na Câmara e no Senado. Passado pelo crivo do Congresso, é preciso haver uma sanção de Lula.

Como mostrou o Estadão, Lula encomendou um conjunto de medidas econômicas para serem lançadas neste ano pré-eleitoral em meio à tentativa de recuperar sua popularidade.

Promessa de campanha do petista, a ampliação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil foi anunciada no fim do ano passado junto com o pacote de corte de gastos apresentado ao Legislativo. O Planalto pretende encaminhar o projeto neste ano para que tenha efeito em 2026, ano da eleição presidencial.

O Ministério da Fazenda estima perda de R$ 35 bilhões em receitas com a medida e vai propor como compensação a criação de um imposto mínimo para contribuintes que ganham acima de R$ 50 mil por mês.

Nos corredores do Congresso, deputados e senadores concordam que as divergências em torno do projeto estão focadas na taxação dos mais ricos, defendida pelo governo desde o início do terceiro mandato, mas que, na visão de parlamentares, pode causar uma fuga de investimentos do País. A polarização também é um impeditivo, tendo em vista que o projeto é estratégico para que Lula aumente a popularidade visando à reeleição em 2026.

Para o líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), os deputados que se opõem ao projeto precisam entender que quem ganha mais precisa contribuir mais com o erário como uma forma de fazer valer a justiça social. Ao analisar os números da pesquisa, Heringer disse que acredita em uma aprovação na Casa.

“Eu acho que tem um desentendimento e falta de comportamento social. Mas, se o governo colocar em pauta, vai ser aprovado e vai passar”, afirmou Heringer.

 

(Estadão Conteúdo)

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