Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de outubro de 2022
Em meio à tramitação de um projeto de lei que proibiria o exercício da atividade sexual remunerada na Espanha, profissionais do sexo ameaçaram divulgar o nome dos parlamentares que frequentam os locais em que elas trabalham caso a legislação seja aprovada. Uma das líderes da Associação de Trabalho Sexual do país (Astras, grupo que reúne profissionais da área), Susana Pastor disse ao portal The Objective que não vê problema em denunciar os clientes, esperando que eles percam o emprego.
“Se os políticos não se importam com a vida das 150 mil famílias que vivem hoje no setor da prostituição, por que devemos nos preocupar com os problemas que causamos ao nomear suas famílias? Eu não gostaria de chegar a isso, mas vê-se a pressão de ficar na rua e não poder trabalhar”, disse Susana.
Ela aponta que um grande número de famílias no país depende desse trabalho e ficaria “na rua” se a lei fosse aprovada. Segundo o portal espanhol Semana, as mulheres estão realizando reuniões com diferentes partidos políticos para que os direitos sejam levados em consideração e que “todas as posições possíveis sejam analisadas para não abolir seu exercício”.
De acordo com informações do governo espanhol, coletadas pelo The Objective, em 2012, o Ministério do Interior do país realizou um estudo que confirmou que 90% das profissionais do sexo foram vítimas do crime de escravidão branca, informação que as próprias mulheres afetadas contestam. Elas alegam que eles asseguram, com um estudo mais recente, que esse número é de 10 ou 12%.
Os líderes do setor também citam como exemplo a França, país onde a atividade sexual remunerada foi criminalizada, mas dados apontam que, após a proibição, o crime contra as mulheres aumentou em até 20%.
A lei que está sendo proposta penalizaria quem designasse um local para o exercício da prostituição, além disso, também prenderia quem solicitasse, em troca de dinheiro, qualquer serviço sexual.