Informações extraoficiais indicam que o incêndio criminoso de dois ônibus do transporte público de Porto Alegre na avenida Princesa Isabel (divisa dos bairros Santana e Azenha) teve como motivo o assassinato de um morador do condomínio residencial Princesa Isabel – popularmente conhecido como “Carandiru”. O protesto foi realizado na noite de domingo (19) por um grupo ainda não identificado.
De acordo com testemunhas, Vladimir Abreu Oliveira, 41 anos, havia ingressado na sexta-feira (17) em uma viatura da Brigada Militar (BM) diante do prédio onde residia. Nunca mais foi visto com vida.
Seu cadáver teria sido encontrado por familiares em um banhado no bairro Ponta Grossa (Zona Sul) – o corpo já foi reconhecido e sepultado, mas até a noite dessa segunda-feira (20) não havia informações oficiais sobre a causa do óbito.
O caso é investigado pela Polícia Civil. Em paralelo, a BM também instaurou sindicância – por enquanto, para apurar a circunstância e motivação da abordagem relatada por testemunhas em boletim de ocorrência antes da localização do corpo. A corporação divulgou um comunicado:
“Na noite de 19/5, a Brigada Militar foi acionada para atender ocorrência de incêndio em ônibus na avenida Princesa Isabel n°160, em Porto Alegre. Aproximadamente 50 pessoas bloquearam a via e lançaram um artefato incendiário, possivelmente um coquetel-molotov, com o intuito de inflamar os dois coletivos. As chamas foram contidas pelo Corpo de Bombeiros, enquanto a BM assumiu a segurança do perímetro. A ocorrência foi encerrada durante a madrugada. Policiamento especializado está sendo mantido no local para garantir a ordem no local. A motivação do protesto seria relacionada a uma abordagem realizada pela BM que está sendo investigada através de um Inquérito Policial Militar”.
Protesto
Os veículos ficaram completamente destruídos pelas chamas. Sob ameaças de um grupo, armado com pedras, os motoristas dos coletivos haviam sido ordenados a parar e os passageiros a descer. Em seguida, os manifestantes atearam fogo aos veículos.
Viaturas policiais foram recebidas com pedradas, antes que as forças de segurança pública controlassem a situação. Ao longo dessa segunda-feira, a área (entre a rua Santana e avenida Bento Gonçalves) tinha o seu policiamento reforçado e os acessos ao condomínio eram vigiados por policiais que revistavam os moradores de chegada ou saída.
Em declarações à imprensa, a diretora o Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegada Adriana Costa, ressaltou que ambos os crimes são alvo de investigação – a morte do morador do condomínio e o ataque aos coletivos. Ela definiu este último como “um crime grave e que repercutiu nacionalmente”.
(Marcello Campos)