Domingo, 20 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de março de 2018
Milhares de pessoas realizaram uma marcha no Complexo da Maré em repúdio ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) na tarde deste domingo (18). Por volta das 14h20min, a manifestação, que reuniu 2 mil pessoas, partiu da Vila dos Pinheiros e acessou a Linha Amarela no sentido Barra. Em destaque, uma coluna formada por mulheres negras leva uma faixa que diz “Marielle e Anderson presente! Hoje e sempre!”. O motorista do carro, Anderson Gomes, e o menino Benjamim, de 1 ano e 7 meses, morto por uma bala perdida no Complexo do Alemão na última sexta-feira, também foram lembrados nas faixas.
Depois, o grupo ocupou a pista lateral da Avenida Brasil, sentido Zona Oeste, reunindo moradores das comunidades do entorno, parlamentares e artistas. O ato foi finalizado às 16h horas na altura do Parque União. Durante o trajeto, os participantes estão desenhando, com stencil, o rosto de Marielle nas muretas de proteção da via, junto da frase “Marielle presente”. Um carro da Polícia Militar acompanhou o protesto.
Também presente na manifestação, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) criticou duramente a desembargadora do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio), Marília Castro Neves, que disseminou nas redes sociais que a vereadora morta era ligada ao crime organizado. “Esses imbecis, togados ou não, que tentam matar a Marielle de novo, não vão conseguir. Marielle não era mais importante que ninguém, mas quem a matou tentou calar a democracia e isso é inaceitável. Ela hoje está sofrendo um duplo homicídio. Não basta o covarde que apertou o gatilho, ainda tem covarde de plantão que não está preparado para julgar, que me parece que está mais preparado para pré-julgar. Querem tentar fazer com que ela significa seja morto e não vão conseguir”, declarou Freixo, que já representou contra a desembargadora no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O comediante Marcelo Adnet enalteceu a figura de Marielle e pediu por mais respeito à sua figura e ao que ela representava. “Tivemos uma mulher de periferia que fez um esforço muito grande para chegar onde chegou e que, quando finalmente conseguiu, foi calada. Ela era a única que representava, de fato, uma parcela da população. Quando uma parlamentar é assassinada dessa maneira, e quando começam a difamar uma pessoa executada, que está morta e não pode mais se defender, isso não é mais uma discussão ideológica. É algo muito ruim. Temos que ter respeito e cuidado com essa execução, pois vivemos em uma cidade partida.”