O protesto contra o preço alto dos combustíveis, que começou na última segunda-feira (13), gera desabastecimento em pelo menos 60 cidades de Goiás, de acordo com o Sindiposto (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás). Deste total, em 15 municípios não há nem etanol e nem gasolina nas bombas. Em Goiânia, até a manhã desta quarta-feira (15), 70 estabelecimentos enfrentam algum tipo de desabastecimento.
Apesar de divulgar o balanço, o Sindiposto ainda não informou a lista das cidades afetadas pelo desabastecimento.
O movimento, organizado por motoristas, caminhoneiros, taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativos de transporte particular. Após liminares, os manifestantes deixaram nesta manhã três dos sete polos de distribuição de combustíveis, sendo dois em Senador Canedo e um em Goiânia. De acordo com um dos organizadores do protesto, Fabrício Nélio Feitoza, a manifestação continua nesses quatro locais por tempo indeterminado.
“Saímos devido à ordens judiciais que recebemos da Justiça em Senador Canedo e Goiânia. Mas o movimento vai continuar nos demais pontos. E vamos recorrer das decisões”, contou.
Em uma das decisões, o juiz Carlos Eduardo Martins da Cunha argumentou que “as atitudes dos manifestantes vem perturbando e impedindo o funcionamento da empresa requerente”. Com isso, disse que o protesto não pode ferir outras garantias constitucionais, como a liberdade econômica da distribuidora.
Em outra liminar, o juiz Thulio Marco Miranda determinou o desbloqueio da rua que dá acesso a outra distribuidora sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
Na noite de quarta-feira (14), os manifestantes chegaram a desbloquear uma terceira distribuidora que fica no Jardim Novo Mundo, em Goiânia, após receberem uma decisão judicial. Com isso, vários caminhões conseguiram carregar o combustível para levar aos postos.
Porém, horas depois, o local foi bloqueado novamente. “Nós desobstruímos de maneira pacífica, sem polícia, só com a ordem judicial. Mas, no final do dia, voltamos para a portaria. São várias cooperativas, então o ato é rotativo. Se for a mesma pessoa que estiver [bloqueando], a multa é de R$5 mil. Como é rotativo, o pessoal é livre”, disse Feitoza.
Já na manhã desta quinta-feira, liberaram novamente a entrada e saída para que os caminhões pudessem carregar os combustíveis e levar até os postos.
O advogado do movimento, Vinícius Pedro Giacomini Biazus, informou que deve entrar com recurso contra as três liminares. “Devemos recorrer ainda hoje, é questão de tempo. Apesar disso, em outras distribuidoras, os manifestantes seguem bloqueando a entrada e saída de caminhões”, afirmou.