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Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2019
Mais de 600 pessoas foram presas no estado de Kerala, no sul da Índia, durante protestos de grupos hindus conservadores contra a entrada de duas mulheres em um templo hindu, que havia sido permitida pelo governo local.
Os manifestantes tomaram as ruas de Kochi, capital comercial de Kerala, com apoio do partido do premiê Narendra Modi, o nacionalista BJP (Bharatiya Janata Party), e do também nacionalista RSS (Rashtriya Swayamsevak Sangh).
Parte do comércio local fechou depois que grupos hindus defenderam uma paralisação em todo o estado. A maior parte do serviço de ônibus e de táxis se recusou a levar passageiros por medo de serem atacados. O ministro chefe de Kerala, Pinarayi Vijayan, disse que mulheres eram o alvo principal dos manifestantes, incluindo repórteres mulheres cobrindo os eventos.
Em setembro, a Corte Suprema da Índia ordenou o levantamento da proibição de mulheres em idade menstrual de entrar no templo de Sabarimala, que atrai milhares de fiéis todos os anos. O templo se recusou a cumprir a decisão e tentativas subsequentes de mulheres de visitar o local foram bloqueadas pelos devotos.
Bindu Ammini, 42, e Kanaka Durga, 44, tentaram entrar no templo em dezembro e, semanas depois, pediram ajuda da polícia. Nas primeiras horas de quarta-feira (02), as duas mulheres foram escoltadas pela polícia para entrar no templo por uma entrada lateral sem serem vistas pelos devotos.
Os protestos começaram em seguida. Uma policial foi atacada e molestada por cinco homens em um dos distritos próximos a Kochi, enquanto um manifestante foi morto a pedradas no sul do estado, segundo a polícia. Nesta quinta-feira (03), manifestantes marcharam em direção ao centro da cidade em protesto até o momento pacífico.
“Prendemos mais de 600 pessoas na quarta em Kochi e outros quatro distritos e deixamos quase 300 dela sem custódia preventiva”, afirmou o inspetor-geral da política de Kochi, Vijay Sakhare. “Alguns manifestantes podem se tornar violentos e jogar pedras ou bloquear as ruas, e estamos armados com gás lacrimogêneo e canhões de água.”
O estado de Kerala é governado por partidos de direita e buscou permitir que as mulheres entrassem no templo, uma posição que levou a críticas dos demais partidos indianos e do Congresso.