Quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2019
As manifestações dos “coletes amarelos” na França neste sábado (25) registraram o menor número de participantes entre todos os 28 fins de semana de protestos, iniciados em novembro. As passeatas esvaziadas ocorreram na véspera do dia em que os franceses votam nas eleições para o Parlamento Europeu.
De acordo com o governo francês, apenas 12,5 mil manifestantes foram às ruas em toda a França – número questionado pelos defensores do movimento, que dizem o total de “coletes amarelos” passou de 35 mil. No início do movimento, no fim do ano passado, os protestos chegavam a reunir centenas de milhares.
Mesmo com o protesto esvaziado, forças de segurança precisaram lançar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes. Segundo a agência Franceinfo, a polícia de Paris deteve 64 pessoas para prestar esclarecimentos. Lá, ainda de acordo com as autoridades locais, o número de “coletes amarelos” ficou pouco acima de 2 mil.
Os protestos prolongados, batizados pelos coletes de alta visibilidade usados pelos participantes e que começou em oposição ao aumento de impostos do combustível, dificultaram o cronograma das reformas de Macron e foçaram-no a realizar custosas concessões.
Pressão contra Macron
Os protestos ainda miram no presidente Emmanuel Macron mesmo com o anúncio de uma série de medidas tomadas após o que chamou de “grande debate nacional”.
Em Amiens, cidade natal de Macron, pouco mais de mil manifestantes tomaram às ruas da cidade para pressioná-lo. Lá, duas pessoas foram detidas.
“Já que não podemos tomar o palácio de Macron, tomaremos então a sua cidade”, dizia uma página do Facebook que convocava protestos.
Apesar de nenhuma liderança política reivindicar o controle sobre os “coletes amarelos”, a oposição a Macron espera que o descontentamento contra o presidente leve os eleitores a votar contra a coalizão liderada pelos governistas nas eleições europeias.
Neste sábado, a adversária de Macron no segundo turno das eleições presidenciais de 2017, Marine Le Pen, afirmou que a votação para o Parlamento Europeu funcionará como um “referendo” contra o presidente.
O partido de Le Pen, o Reunião Nacional, lidera as pesquisas de intenção de voto nestas eleições europeias. O jovem político Jordan Bardella, de 24 anos, encabeça a lista do partido.