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Próximo presidente terá quatro desafios críticos na economia

Em meio à escalada da fome no país, projeto teve redução de 76% no orçamento. (Foto: Reprodução)

Seja qual for o resultado das eleições neste domingo, o futuro presidente terá de lidar com desafios em várias áreas. Estes são alguns dos principais desafios do próximo governo em economia.

1. Colocar Auxílio e reajuste salarial no orçamento

Ambos os candidatos falam em manter o Auxílio Brasil, mas o orçamento previsto para o próximo ano não prevê a manutenção do valor do Auxílio em R$ 600. Além disso, a reserva destinada para o reajuste dos servidores públicos do Executivo só permite a concessão de uma correção de 4,8%, valor menor do que a inflação prevista.
Pelos cálculos da Instituição Fiscal Independente (IFI), seria necessário redirecionar mais R$ 51,8 bilhões para o programa. Isso apertaria as despesas discricionárias do governo (aquelas que não são obrigatórias) de R$ 115,7 bilhões para apenas R$ 63,9 bilhões no ano que vem.

O governo federal enviou proposta de um salário mínimo de R$ 1.302 para 2023, novamente sem ganho acima da inflação. Em outro ponto, foram separados apenas R$ 11,6 bilhões para reajustes do funcionalismo. A quantia permitiria um aumento médio de 5%, muito abaixo do que as categorias pleiteiam.

Ao todo, o governo prevê déficit de R$ 63,7 bilhões no ano que vem. Analistas estimam que o rombo será de pelo menos o dobro.

2. Reforma tributária

Uma reforma tributária já é um assunto antigo e visto como necessário por especialistas. Uma proposta do governo atual já foi enviada ao Congresso e prevê aumentar a isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 2,5 mil.
A proposta do ex-presidente Lula prevê isenção fiscal para quem recebe até R$ 5 mil.

3. Retomada da atividade econômica

A atividade econômica, medida pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve queda maior do que o esperado em agosto. Após cair drasticamente em 2020, no período mais alto da pandemia de Covid, o índice vinha demonstrando recuperação com oscilações em 2022.

Para o ex-diretor do Banco Central, Fabio Kanczuk, a alta de juros já impacta a atividade econômica. O economista também não vê motivos para a previsão de redução da inflação prevista pelo Focus para o próximo ano.

4. Fome e insegurança alimentar

No Brasil, 15% da população, ou 33,1 milhões de pessoas, não têm o que comer, segundo o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, lançado em 2022.

O estudo realizado pela Oxfam apresentou os piores resultados sobre a fome desde a década de 1090. A pesquisa também mostra que 58,7% dos brasileiros convivem com algum grau de insegurança alimentar (leve, moderado ou grave).

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