O Partido Social Democrático (PSD) saiu do segundo turno das eleições municipais deste ano como a sigla que governará a maior população do País. Em oito anos, o número de pessoas sob sua gestão quase triplicou, passando de 13,4 milhões em 2016 para 37,3 milhões em 2024.
Com a conquista de capitais como Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro e São Luís, o PSD elegeu prefeitos em um total de 891 cidades. Desde 2016, o PSDB ocupava a liderança entre os partidos com o maior número de prefeituras e de habitantes sob sua administração, mas viu uma queda expressiva nas eleições deste ano.
Segundo análise, o partido agora ocupa o 9° lugar, governando cerca de 8,6 milhões de pessoas. Em 2016, a sigla liderava 48,3 milhões de habitantes, número que caiu para 34 milhões em 2020 e agora marca a pior posição da sigla no ranking em oito anos. Apesar desse declínio, o segundo turno das eleições municipais de 2024 destacou o fortalecimento das legendas de centro e centro-direita.
Com uma diferença de aproximadamente 1,6 milhão de habitantes, o MDB ocupa a vice-liderança entre os partidos que governam a maior população no país. A sigla conquistou 864 prefeituras, permanecendo desde 2016 como o segundo partido em número de pessoas governadas. Esse número cresceu significativamente após a vitória em São Paulo, maior capital do País, onde o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi reeleito, trazendo um aumento de 36% na população sob gestão do partido.
Para o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marco Antônio Teixeira, o crescimento do PSD de 2020 para 2024 é fruto de um trabalho consistente do seu presidente, Gilberto Kassab. Teixeira diferencia a estratégia adotada pelo MDB, que em geral conta mais com líderes regionais. Baleia Rossi, presidente emedebista, por exemplo, se concentrou na campanha à reeleição de Ricardo Nunes, na capital paulista, da qual foi coordenador.
“O resultado do PSD me parece mais sólido e como parte de um projeto do partido que tem a liderança do Gilberto Kassab. No caso do MDB, há mais lideranças estaduais, como os Calheiros em Alagoas. Não dá para dizer que é um partido com a mesma coesão”, avalia o cientista político.
O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, a sigla que mais cresceu, ao conquistar Rio Branco, Maceió, Aracaju e Cuiabá. Teixeira afirmou que as vitórias são importantes para colocar o partido como uma das principais siglas nas capitais, mas destacou que nenhuma das quatro cidades que serão comandadas pela sigla está entre as maiores do Brasil. A maior vitória do PL foi em Maceió, décima quarta capital em número de habitantes. As capitais do PL, somadas, têm 2,6 milhões de habitantes, enquanto Fortaleza, que ficou com o PT, tem 2,5 milhões de habitantes.
“A última vez que o PT elegeu um prefeito de capital foi em 2016. Bem ou mal, é um retorno do partido. Mas, nacionalmente, o que a eleição deixou claro é que hoje nenhum projeto de prefeitura do PT passa pelo Sul e Sudeste”, disse.