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Mundo Psicólogos que criaram programa de tortura da CIA estão sendo processados

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Simulação de afogamento era uma das técnicas de tortura. (Crédito: Reprodução)

Até hoje, nenhuma ação judicial contra autoridades ou órgãos americanos por tortura de prisioneiros prosperou. Porém, uma ação civil indenizatória, movida em um tribunal federal no Estado de Washington, indicou que há alguma chance de acontecer a primeira condenação nos Estados Unidos.

A ação foi movida contra os psicólogos James Mitchell e Bruce Jessen, que, nas Forças Armadas, treinavam militares sobre técnicas para resistir a interrogatórios de inimigos, caso fossem capturados. Eles foram processados civilmente por fazer experimentos humanos ilegais com ex-prisioneiros, dentro do programa de interrogatório da CIA (agência central de inteligência americana), que eles criaram, implantaram e aperfeiçoaram.

Depois dos ataques às Torres Gêmeas de Nova York, em 2001, eles convenceram a agência a contratá-los para ensinar seus agentes – e militares – a vencer a resistência de membros da Al Qaeda que fossem capturados, nos interrogatórios. A ação foi movida pela ACLU (União Americana de Liberdades Civis), representando três ex-prisioneiros, torturados durante anos. Suleiman Abdullah Salim e Mohamed Ahmed Ben Soud sobreviveram às torturas e foram libertados. Gul Rahman não teve a mesma sorte: não resistiu e morreu na prisão. A ACLU representa, então, a sua família nesse processo.

A ação tem mais chance de resultar em condenação porque órgãos do governo, que teriam interesse no caso, não podem mais usar a principal alegação, que já serviu para trancar os processos movidos anteriormente: o privilégio de segredo de estado. Dessa vez, a ação se baseia, em grande parte, em documentos governamentais e em um relatório de 500 páginas do Senado, divulgado em dezembro do ano passado, que descreve em detalhes o programa de tortura da CIA, identifica os prisioneiros que foram torturados e como foram torturados.
O programa proposto pela dupla de psicólogos se baseava em experimentos feitos com cães na década de 1960. O método consistia em infligir intencionalmente intensa dor e sofrimento nos animais, até que eles entrassem em um estado passivo, chamado de “desesperança assimilada”. Ou seja, entravam em colapso e deixavam de oferecer qualquer resistência ao que fosse.

Teoria.

Na teoria, se humanos fossem destruídos psicologicamente, através da tortura e do abuso, todas as suas resistências seriam quebradas e eles prestariam, passivamente, todas as informações que lhes fossem solicitadas.

“Esses psicólogos inventaram, implantaram e supervisionaram um experimento de degradação de seres humanos, quebrando seus corpos e suas mentes”, disse o advogado Dror Ladin da ACLU. “E violaram a proibição de experimentos humanos estabelecida depois da Segunda Guerra Mundial.”

De acordo com a ACLU, os dois psicólogos, além de treinar os agentes e militares, supervisionaram a aplicação de várias técnicas de tortura. Entre elas, simulação de afogamento, submersão em água gelada, seguida de cobertura com plástico congelado, exposição a temperaturas extremas, privação de sono durante dias, guardas batendo nas portas das celas a cada hora, caminhadas do preso nu pela prisão, inúmeras vezes durante a noite, músicas em altura insuportável aos ouvidos.

Além disso, os prisioneiros eram colocados em caixas semelhantes a caixões funerários, amarrados em correntes em “posição de estresse” (isto é, em posição dolorida, por horas) para incapacitá-los de relaxar e dormir.

Muitas sessões de tortura foram acompanhadas de perto pelos dois psicólogos, que avaliavam o sucesso de cada uma das técnicas. No final das contas, nenhuma delas funcionou, até porque uma grande parte dos prisioneiros era inocente, afirma a ACLU.

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https://www.osul.com.br/psicologos-que-criaram-programa-de-tortura-da-cia-estao-sendo-processados/ Psicólogos que criaram programa de tortura da CIA estão sendo processados 2015-10-19
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