Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Flavio Pereira | 23 de dezembro de 2020
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
À exceção do PTB, todos os partidos da base do governador Eduardo Leite não conseguiram dar os votos necessários para a aprovação, ontem, do chamado projeto do ICMS.
O governo não conseguiu aprovar a redução gradual do imposto no decorrer dos próximos quatro anos. O texto-base do projeto foi aprovado por 28 a 25, mas prorrogando por apenas um ano a vigência do projeto.
A aprovação aconteceu graças aos apoios da deputada Luciana Genro, do PSOL, dos oito deputados da bancada do PT, e do deputado Juvir Costela do MDB, que deixou a Secretaria dos Transportes para retornar ao Legislativo. Sua suplente, Patrícia Alba havia anunciado que votaria contra o projeto.
Sermão do PT nos governistas
O líder do PT, Luiz Fernando Mainardi, ao anunciar o apoio à proposta do governo, condicionada à aprovação da emenda da bancada prorrogando por apenas um ano a vigência do aumento, aplicou uma carraspana nos governos de José Ivo Sartori e Eduardo Leite:
“Em que pese a crise econômica ser potencializada pela omissão das últimas duas gestões no RS, omissão essa que denunciamos diuturnamente, seus resultados são sentidos por toda a população gaúcha, especialmente os mais pobres, aqueles que mais precisam dos serviços públicos.”
Desta vez, PDT não acompanhou o PT
O PDT, habituado a acompanhar o PT, desta vez tomou outro rumo, e sua bancada votou contra a proposta do governo. Não foi o habitual “puxadinho” do PT.
Rachas internos na base
A votação expôs rachas internos nas bancadas da base, em especial no MDB e PP onde deputados queixam-se do tratamento de de “baixo clero” em relação a colegas que recebem atenção mais privilegiada do governo.
Mudanças na relação
O desempenho da base governista nas votações desta terça-feira levará, sem dúvida, a uma reavaliação do governador Eduardo Leite de muitas situações que não chegaram ao seu conhecimento, pelo filtro dos líderes.
O governo precisará da base nos próximos dois anos para a aprovação de outros projetos estratégicos.
A despedida de Ernani Polo
O deputado Ernani Polo, do PP, fez sua despedida do comando do Legislativo gaúcho. Será sucedido, em janeiro, pelo deputado Gabriel Souza, do MDB.
“Foi um ano diferente para todos nós e desafiador na presidência da Assembleia”, afirmou, reiterando as parcerias dos deputados e deputadas para enfrentar uma situação que em 180 anos nunca tinha acontecido, com as sessões virtuais, reuniões da Mesa, de Líderes, das comissões e audiências públicas em videoconferência. “Um momento novo que ficará marcado na memória de todos.”
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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