Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 31 de maio de 2017
Nessa quinta-feira, o PT definiu um projeto de resolução, a ser votado no sábado, último dia do 6º Congresso Nacional do partido, prevendo o boicote e a não participação do partido em eventual colégio eleitoral, caso os deputados federais e senadores tenham de escolher um substituto para o presidente Michel Temer. A sigla defende a necessidade de eleição direta para presidente da República e vai insistir nessa bandeira, na tentativa de se reaproximar da sociedade após ser envolvida em escândalos de corrupção.
Mesmo assim, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quer que o congresso do PT – que termina no sábado em Brasília – lance agora sua candidatura ao Palácio do Planalto. Lula acredita que o movimento poderia constranger outros aliados adeptos da campanha “Diretas Já”. Além disso, seus advogados avaliam que não é conveniente “provocar” antecipadamente o Judiciário.
O ex-presidente está em Brasília e vai se reunir ainda nesta quarta com representantes de todas as correntes petistas para cobrar unidade no 6º Congresso da legenda e evitar um novo racha público. Lula não quer, por exemplo, que polêmicas internas – como a discussão sobre o fim ou a continuidade do PED (Processo de Eleição Direta) para escolha do comando do partido – contamine o debate sobre temas de relevância nacional.
Réu em cinco processos, sendo três no âmbito da Operação Lava-Jato, o ex-presidente pode ser impedido de concorrer ao Palácio do Planalto em 2018, se for condenado em segunda instância pela Justiça. É justamente por isso, no entanto, que muitos petistas acreditam que o encontro do PT é a melhor ocasião para tentar empurrar a sua candidatura e denunciar o que chamam de “golpe continuado” e ir para o enfrentamento político.