Sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 19 de novembro de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A PEC fura-teto que o PT articula aprovar antes do início do governo Lula, em manobra sem precedentes, equivale a cheque em branco de R$198 bilhões, mais que o triplo dos gastos do presidente Jair Bolsonaro no primeiro ano de mandato, mas sem essa liberalidade prévia. Segundo estudo da FGV, gastos fora do teto em 2019 somaram R$53,6 bilhões com autorização do Congresso eleito e não do que estava de saída.
PT insaciável
Dados do pesquisador Bráulio Borges mostram que 2022, sob efeito da pandemia, foram R$116,2 bilhões, quase metade do que o PT busca.
Meia pandemia
A farra petista fica atrás apenas de 2020, quando a pandemia estourou e a PEC do Orçamento de Guerra liberou gastos de R$507,9 bilhões.
Malandragem
O proposto pelo governo atual é de Auxílio Brasil de R$400 dentro do Orçamento, mas o PT quer isso e o adicional de R$200 fora do teto.
Solução final
A estratégia do presidente eleito, experiente nas artes e manhas das relações com o Congresso, é usar a PEC para eliminar o teto de gastos.
Lula só seguirá conselho que ‘fizer sentido’ para ele
O presidente eleito Lula deu mais uma mostra de que não está nem aí para a responsabilidade fiscal ao afirmar que só seguirá conselhos “se fizerem sentido” para ele. Apesar dos alertas de vários apoiadores de ocasião, e até aliados próximos mais conscientes, sobre a gravidade dos problemas econômicos oriundos das declarações, o petista segue dando de ombros e ironizando preocupações de grandes economistas.
Desastre globalizado
Apenas esta semana, com os discursos de Lula no Egito para a COP27, a bolsa de valores desabou mais de 3% e o dólar chegou a subir 4,3%.
Antes e depois
No início de agosto, Lula disse que “quem tem responsabilidade” não precisa de teto de gastos. Depois de eleito, ele quer derrubar o teto.
Preocupante
A pouco mais de um mês da posse, o petista não confirmou nenhum nome da equipe econômica e desdenha das consequências disso.
Estranhas decisões
O Tribunal Regional do Trabalho de Sergipe se superou nas decisões contra a cimenteira Itaguassu Agro Industrial S/A: julgando contra o edital de venda da empresa, determinou a posse dos compradores antes do trânsito em julgado e do exame de inúmeros recursos pendentes.
Ativismo ‘técnico’
Agronegócio segue trazendo notícias boas, mas a militância chegou à Fundação Getúlio Vargas, para quem a alta de 1,3% em setembro não é resultado positivo, mas sim o sétimo registro “não negativo” seguido.
Faz o L
A deputada Janaina Paschoal ironizou jornalão que pediu voto em Lula e agora faz “editorialzinho” falando que ele é “ingênuo” com o mercado. “O homem já deitava e rolava aos 60! Querem domá-lo aos 80?”.
Brasil muçulmano
Não é nova a polêmica sobre a proibição do consumo de cerveja nos estádios do mulçumano Catar. O Brasil também discutiu essa proibição nos estádios, durante a Copa de 2014. A Fifa teve de jogar duro.
Na primeira pessoa
Superado o susto, mas ainda se recuperando de AVC, o premiado jornalista Jorge Oliveira, ganhador de vários Prêmio Esso, hoje dedicado ao cinema, está realizando um documentário sobre o que enfrentou.
Queimou a largada
Especialista em macroeconomia, Samuel Hanan vê falas de Lula como prejuízo ao Brasil. “Demonstrou que o presidente eleito é incapaz de compreender que não existe projeto social sem controle do déficit fiscal”.
Mundo do avesso
O ministro Luís Roberto Barroso (STF) gerou indignação ao considerar ato de violência a abordagem do brasileiro que pediu “por favor” a concessão de acesso às Forças Armadas ao código-fonte das urnas. Ele definiu sua resposta “perdeu mané, não amola”, como singela.
Nem a pau
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) deixou claro que é impossível votar a favor da “PEC sem teto”, enviada pelo PT, porque seria aceitar a condição de mané “que o PT e o ministro Barroso querem nos impor”.
Pensando bem…
…quando for abordado por um bandido falando que você “perdeu”, saiba que é apenas uma forma singela de assaltar.
PODER SEM PUDOR
Cheiro de vitória
Orestes Quércia (PMDB) contava que só 45 dias antes teve certeza de que venceria a eleição do governo de São Paulo, em 1986. Eram 5h da manhã e, de megafone em punho, ele pedia votos na porta de uma fábrica. De repente, aproximou-se um Opala Diplomata branco (o carro mais chique da época) e dele desceu um homem elegante, de sorriso confiante. Era Fernando Henrique Cardoso, candidato ao Senado pelo PMDB, que ainda não havia comparecido a um só comício. Quércia foi à forra, aos gritos: “Vencemos! Vencemos! Isso é uma prova que vamos vencer!” disse, apontando em direção a FHC. Atônito com o deboche, ele voltou ao Opala branco e sumiu. E jamais perdoou a “desfeita” de Quércia.
(Com a colaboração de André Brito e Tiago Vasconcelos)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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