Domingo, 05 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2024
A manifestação do PT enfatiza a necessidade de diálogo de Maduro com opositores, mas critica “ingerência externa” no processo.
Foto: ReproduçãoA Executiva Nacional do PT divulgou comunicado em que trata Nicolás Maduro como presidente “reeleito” e cumprimenta o povo venezuelano pela “jornada democrática” do último domingo (28).
“O PT saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana. Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolás Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela”, disse a Executiva Nacional do partido, em comunicado.
Em seguida, a manifestação do PT enfatiza a necessidade de diálogo de Maduro com opositores, mas critica “ingerência externa” no processo.
“Importante que o presidente Nicolás Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais”, afirmou a legenda.
“O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa”.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, agradeceu o apoio do Partido dos Trabalhadores após a proclamação de Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais.
“Em nome do Presidente Nicolás Maduro, agradecemos ao PT, o partido no poder do Brasil, pelas suas calorosas felicitações pelo processo eleitoral de domingo. Agradecemos o reconhecimento do trabalho do poder eleitoral e dos resultados que demonstram a soberania do povo venezuelano.”, escreveu o ministro venezuelano no X.
Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou pela primeira vez, nessa terça (30), sobre a eleição presidencial na Venezuela,. Lula disse que, para “resolver a briga”, é preciso que as autoridades locais apresentem as atas de votação.
A declaração foi dada no Palácio do Planalto à uma emissora de televisão. Nas eleições venezuelanas, as atas são boletins que registram os votos em cada urna. Elas não foram devidamente apresentadas pelas autoridades daquele país. O governo da Venezuela alega falha no sistema.
O resultado oficial, apresentado pelo Comitê Nacional Eleitoral (CNE), aponta o atual presidente, Nicolás Maduro, como vencedor com 51,2% dos votos. Mas a oposição e autoridades estrangeiras apontam fraude e dizem que o vencedor foi o oposicionista Edmundo Gonzalez. O CNE é ligado ao governo venezuelano e, na prática, é controlado por Maduro. Desde esta segunda (29), a oposição faz manifestações de rua na capital, Caracas.
Lula, que, no início do mandato, era próximo a Maduro, mas depois foi se afastando, não falou nada sobre a Venezuela nem no domingo nem na segunda. A manifestação veio nesta terça, dois dias depois do início do impasse.
“É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo”, afirmou o presidente.
Lula condicionou o reconhecimento do resultado à apresentação das atas.
“Na hora que tiver apresentado as atas, e for consagrado que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela’, disse.
Outros países da América do Sul e importantes parceiros do Brasil — como Argentina, Chile e Uruguai — contestaram o resultado da Venezuela. Lula começou seu mandato buscando reintegrar Maduro ao continente. O presidente venezuelano está no poder desde 2013 e vem renovando os mandatos com eleições consideradas suspeitas por observadores internacionais.