Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2024
Uma imagem publicada no TikTok mostra o momento em que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, concedia entrevista ao programa Live CNN. A chamada da reportagem é “Mpox – ministra: ‘Não há recomendação de vacinação em massa'”. Sobre a captura, o autor do post escreve “Agora não é mais obrigatória a vacina? Mas perseguiram tanto o Bolsonaro por ter falado isso. Narrativa esquerdopata que fala, né?”.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, não comentou sobre a vacinação contra a covid durante a entrevista que concedeu à CNN, no dia 21 de agosto. A pauta da conversa de pouco mais de seis minutos foi, na verdade, a mpox. Na ocasião, Nísia informou que no momento não há recomendação de vacinação em massa contra a doença.
Na imagem é possível ver o nome “mpox” no texto fixado na tela pela emissora. A palavra aparece escrita em branco sobre um fundo vermelho. Abaixo, está a afirmação da ministra: “Não há recomendação de vacinação em massa”. Ela se referiu à mpox, portanto, e não à covid. Nísia argumentou, durante a entrevista, que não há indicação de imunização em larga escala porque a transmissão da mpox é através de contato e não uma transmissão de ampla difusão.
A ministra explicou que até aquela data havia a confirmação de 700 pessoas infectadas pelo vírus mpox e que desenvolveram a doença. Ela afirmou, ainda, que não há nenhum registro, no Brasil, da cepa 1B, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a mais perigosa. Segundo Nísia, o Ministério da Saúde negocia a aquisição de 25 mil doses com a Organização Panamericana de Saúde (Opas).
Na sequência, ela adiantou que o Ministério da Saúde e o Ministério da Tecnologia e Inovação estão trabalhando juntos para o desenvolvimento de uma vacina contra a mpox, que ainda está em fase de estudos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Devido ao tempo de desenvolvimento da vacina, ela não pode ser disponibilizada para os casos atuais. A ministra reconheceu a importância do imunizante, assim como estratégias como a “biblioteca de vacinas”, que visa a antecipar respostas a futuras ameaças à saúde pública.
O autor da publicação enganosa foi contatado mas não respondeu.
Mpox
A doença entrou em discussão porque no dia 14 de agosto a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). O Ministério da Saúde explicou que “o alerta é feito para criar uma resposta internacional coordenada e colaborativa para lidar com a doença e não significa que necessariamente ocorrerá uma nova pandemia”.
O site do Ministério da Saúde informa que a principal forma de contágio da doença ocorre por meio de “exposição próxima e prolongada (abraços, beijos, relação sexual), quando existem lesões na pele, tais como erupções cutâneas, crostas, feridas e bolhas, ou fluidos corporais (como secreções e sangue) em uma pessoa infectada”.