Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2022
Crianças e adolescentes que pulam o café da manhã, ou fazem a refeição longe de casa, estão em maior risco para problemas de saúde mental e comportamental, mostra um estudo publicado na revista científica Frontiers in Nutrition.
Conduzido por pesquisadores da Universidade de Castilla-La Mancha e da Universidade de Zaragoza, ambas na Espanha, e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, o trabalho analisou o impacto da primeira alimentação do dia em sintomas de ansiedade, baixa autoestima e piora do humor.
“Nossos resultados sugerem que não é apenas importante tomar o café da manhã, mas também onde os jovens comem o café da manhã e o que comem. Pular o café da manhã ou tomar o café da manhã fora de casa está associado ao aumento da probabilidade de problemas comportamentais psicossociais em crianças e adolescentes”, diz o autor do estudo José Francisco López-Gil, pesquisador da Universidade de Castilla-La Mancha, em comunicado.
Os responsáveis pelo trabalho analisaram dados do Questionário Nacional de Saúde da Espanha, realizado em 2017. As perguntas incluíam temas como hábitos relacionados ao café da manhã e relatos sobre a saúde psicossocial. As informações foram preenchidas pelos pais de 3.772 crianças com idades entre 4 e 14 anos.
Analisando as respostas, os pesquisadores identificaram que tanto não comer o café da manhã, como fazê-lo longe de casa, foram prejudiciais para a saúde do jovem. Eles acreditam que há duas explicações para o problema. A primeira é em relação ao déficit nutricional, uma vez que os que pulam a refeição podem não conseguir recuperar os nutrientes necessários durante o dia. Além disso, as opções de alimentos fora de caso são geralmente menos nutritivas.
Neste sentido, os cientistas também observaram que alguns alimentos e bebidas, como café, leite, chá, chocolate, cacau, iogurte, pão, torrada, cereais e doces estavam associados a um melhor desempenho psicossocial. Já ovos, queijo, presunto e ultraprocessados elevaram os riscos para queixas de saúde.
A segunda explicação para os impactos negativos de se pular o café de manhã ou não fazer a alimentação em casa está relacionada ao fator social da refeição. Os pesquisadores explicam que situações como o apoio e a interação social com a família durante o momento podem exercer um papel nos benefícios mentais constatados entre os mais jovens.
“O fato de que tomar café da manhã fora de casa está associado a maiores problemas de saúde psicossocial é um aspecto novo do nosso estudo. Nossas descobertas reforçam a necessidade de promover não apenas o café da manhã como parte de uma rotina de estilo de vida saudável, mas também que ele deve ser consumido em casa. Além disso, para prevenir problemas de saúde psicossociais, um café da manhã que inclua laticínios e/ou cereais, e minimize certos alimentos de origem animal ricos em gordura saturada/colesterol, podem ajudar a diminuir os problemas de saúde psicossocial em jovens”, resume López-Gil.