O presidente russo, Vladimir Putin, disse, nesta semana, que o mundo enfrenta a “década mais perigosa” desde o fim da Segunda Guerra Mundial. “O mundo unipolar é coisa do passado. Estamos numa fronteira histórica. À frente está a década mais perigosa, imprevisível e ao mesmo tempo importante desde o fim da Segunda Guerra Mundial”, disse Putin, falando ao think tank Valdai Discussion Club, em Moscou.
Ele também falou sobre o conflito em curso na Ucrânia e disse que o que está acontecendo é inevitável e culpou o Ocidente por criar a crise – uma afirmação que ele fez repetidamente desde o início da invasão. As nações ocidentais denunciaram a invasão de Putin e prometeram não reconhecer a região que Moscou alega anexar, em violação ao direito internacional.
Operação Militar
“As mudanças na Ucrânia não começaram com o início de uma operação militar especial. Essas mudanças vêm acontecendo há muitos anos. A mudança tectônica na ordem mundial vem acontecendo há muitos anos”, disse Putin.
“Alargamento da Otan com a Ucrânia, o que era totalmente inaceitável para nós, e todos sabiam disso e ignoraram. Eles ignoraram totalmente o interesse na área de segurança e uma certa tentativa falhou”, acrescentou o líder russo.
“Russos e ucranianos são um povo histórico. É quase como uma guerra civil acontecendo agora”, continuou ele. Ele terminou seu discurso dizendo que a situação atual em todo o mundo tem os “pré-requisitos para uma revolução”.
No início de seu discurso, ele enfatizou a necessidade de consertar as relações com os países ocidentais, acrescentando que Moscou “nunca considerou e não se considera um inimigo do Ocidente”.
Tropas mal preparadas
Enquanto a Rússia elogia as centenas de milhares de reservistas que reforçaram seu exército nas últimas semanas, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira (28) que as novas tropas estão mal preparadas para a batalha.
“Hoje o inimigo informa sobre a suposta conclusão da mobilização, sobre supostamente não precisar de novas ondas de envio de cidadãos russos para o front. Mas sentimos exatamente o oposto na linha de frente”, disse Zelensky em discurso.
“A Rússia está tentando aumentar a pressão sobre nossas posições usando os mobilizados, mas eles são tão mal treinados e equipados, tão grosseiramente usados pelo comando, que isso sugere que, em breve, a Rússia poderá precisar de uma nova onda de envio de pessoas para a guerra”, explicou.