O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um discurso nesta quarta-feira (7) para o Conselho Nacional de Direitos Humanos e afirmou que os riscos de o mundo ter uma guerra nuclear “estão aumentando”.
No entanto, o mandatário ressaltou que o Kremlin considera esse tipo de armamento “apenas como defesa” para responder a um ataque do tipo, mas que seu governo “se defenderá com todos os meios à disposição”.
“Nós não enlouquecemos. Sabemos o que são as armas nucleares e temos esses meios em um estado mais desenvolvido e moderno do que qualquer outro país do mundo. Mas, não temos a intenção de agitar essas armas como se fossem uma navalha perante o mundo todo. Trata-se de um fator de dissuasão”, afirmou aos presentes.
Desde o início da invasão na Ucrânia, no fim de fevereiro, diversos aliados do presidente deram declarações colocando a “opção nuclear” no debate. No entanto, após essas falas, Putin sempre surgiu dizendo que não havia planos de usá-las no país vizinho.
Sobre a guerra em si, o mandatário afirmou que “ela poderá ser um processo longo”, mas que graças à “operação militar espacial, novos territórios apareceram e são um resultado significativo” para o país.
“O Mar de Azov tornou-se um mar interno da Federação Russa e isso é uma coisa séria”, acrescentou referindo-se as conquistas de cidades ao sul da Ucrânia.
O líder do Kremlin ainda falou sobre a mobilização de soldados, dizendo que a metade dos 300 mil que entraram em alerta na Rússia foram para áreas da guerra e 77 mil estão em unidades de combate. Putin ainda descartou uma nova mobilização de novos recrutas.
País de segunda classe
O presidente russo falou em uma sessão anual televisionada de seu Conselho de Direitos Humanos, em que reclamou que as organizações ocidentais de direitos humanos veem a Rússia como “um país de segunda classe que não tem o direito de existir”.
“É com isso que estamos lidando”, disse Putin. “Só pode haver uma resposta de nossa parte – uma luta consistente por nossos interesses nacionais. Faremos exatamente isso. E que ninguém conte com mais nada.”
Ele continuou: “Sim, faremos isso de várias maneiras e meios. Em primeiro lugar, é claro, vamos nos concentrar em meios pacíficos, mas se nada mais restar, nos defenderemos com todos os meios à nossa disposição.”
A Ucrânia sofreu pesadas baixas civis durante a guerra. A Rússia nega ter alvejado civis. As informações são das agências de notícias Ansa e Reuters.