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Putin pode avançar para a Moldávia e Romênia se não for contido, alerta o presidente da França

Macron também defendeu um maior protagonismo europeu em questões de defesa. (Foto: Divulgação)

O presidente da França, Emmanuel Macron advertiu que, caso Vladimir Putin não seja contido, a Rússia pode avançar para a Moldávia e, possivelmente, para a Romênia. Em entrevista concedida a vários jornais dominicais, o líder francês estimou que, após o tenso bate-boca de sexta-feira (28) entre os presidentes americano e ucraniano, Washington não se “beneficiaria” de uma eventual “desvinculação” da Ucrânia.

Se Estados Unidos aceitarem “um cessar-fogo sem nenhuma garantia de segurança para a Ucrânia”, então sua “capacidade geoestratégica de dissuasão ante Rússia, China e outros se desvaneceria no mesmo dia”, argumentou.

As declarações do presidente da França foram feitas um dia depois da tensa altercação verbal entre o ucraniano Volodimir Zelensky e o norte-americano Donald Trump na Casa Branca.

A maioria dos dirigentes europeus cerrou fileiras com o presidente da Ucrânia, atônitos com o bate-boca espetacular no Salão Oval, no qual Trump inclusive ameaçou deixar Zelensky “sozinho” se não alcançar a paz com Rússia.
Durante visita à Casa na sexta-feira, Zelensky esperava assinar um acordo que permitiria aos EUA explorar recursos Branca minerais na Ucrânia, o que poderia garantir a continuidade do apoio militar a Kiev. No entanto, o plano fracassou, e Zelensky saiu do encontro praticamente expulso, lançando dúvidas sobre o futuro da aliança entre os países.

A crise gerou reações imediatas entre líderes europeus. Macron reafirmou o apoio à Ucrânia e criticou a postura da Rússia, enquanto seu chanceler, Jean-Noël Barrot, fez um apelo para que o continente tome medidas concretas.

“Europa, agora. O tempo das palavras acabou, vamos passar à ação”, escreveu o chanceler nas redes sociais.

Em sua entrevista ao Tribune Dimanche, o presidente francês pediu a ambas as partes “calma, respeito […] para poder avançar […], pois o que está em jogo é muito importante”.

O líder francês também defendeu um maior protagonismo europeu em questões de defesa, destacando a necessidade de um escudo nuclear próprio.

A presidente da Moldávia, Maia Sandu, também se manifestou em solidariedade a Kiev e afirmou que a Rússia tentou interferir nas eleições do país no ano passado. A Moldávia é outro país que está na mira da Rússia por suas aspirações de entrar na União Europeia.

“A verdade é simples. A Rússia invadiu a Ucrânia. A Rússia é o agressor. A Ucrânia defende sua liberdade – e a nossa”, disse Maia Sandu em publicação nas redes sociais.

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