Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2022
O ex-governador de São Paulo João Doria, pré-candidato do PSDB à Presidência, afirmou nesta quarta-feira (18) que está “aberto ao diálogo” com o partido, mas que não vai desistir da disputa ao Palácio do Planalto.
Questionado sobre a pressão da cúpula tucana para que retire seu nome da corrida presidencial, Doria disse que não há razão para apresentar a desistência.
“Qual a razão para desistir? Nenhuma”, enfatizou.
Pouco antes da divulgação da pesquisa encomendada ao instituto GPP por PSDB, MDB e Cidadania para definir a candidatura da “terceira via”, entre ele e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), Doria dizia que o resultado seria favorável a seu nome.
“Nas pesquisas, estou na frente da Simone. Verdade que estamos todos lá embaixo, mas estou na frente dela em todos os quesitos. Inclusive, na rejeição, que tem que ser olhada proporcionalmente ao conhecimento dos candidatos. E a minha rejeição é menor do que a da Simone”, ressaltou Doria.
O pré-candidato do PSDB voltou a afirmar que não conseguiu participar de uma reunião com a cúpula tucana nesta quarta por questão de agenda marcada anteriormente. Mas que, a partir da noite desta sexta (20), pode receber os tucanos para uma conversa em São Paulo.
“Estou aberto ao diálogo”, ressaltou.
Mesmo assim, demonstrou contrariedade por não ter sido convidado para participar da reunião da Executiva Nacional do PSDB na última terça (17) em que se debateria a sucessão presidencial.
“Não fui convidado para reunião. E fizeram tudo isso sem o resultado da pesquisa. Como fazer uma reunião antes de ter a pesquisa?”, questionou o ex-governador.
Prévias
A guerra interna do PSDB segue firme e forte. Aliados de João Doria afirmam agora que Bruno Araújo, presidente do partido, pode ser responsabilizado na Justiça e ter de bancar, do próprio bolso, os R$ 12 milhões gastos pela sigla nas prévias para definir seu pré-candidato à Presidência.
Em consulta interna aos filiados tucanos no ano passado, Doria venceu a disputa contra Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, e Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus. Entretanto, a cúpula da legenda trabalha para retirar a candidatura de Doria, que acabou como mais votado.
O ex-governador paulista ameaçou recorrer à Justiça para manter o direito de ser candidato. Agora, pessoas próximas passaram a afirmar que, com base na Lei dos Partidos Políticos, Araújo também poderia ser responsabilizado pessoalmente por desrespeitar o resultado da consulta interna.
O artigo 37 da lei fala em “responsabilização civil e criminal do dirigente partidário responsável pelo órgão partidário à época do fato”. Tucanos adversários, contudo, consideram a tese “frágil”.