Terça-feira, 03 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de junho de 2024
O retorno à Terra da nave Starliner da Boeing a partir da Estação Espacial Internacional (ISS), previsto para 26 de junho, foi adiado novamente, anunciou a Nasa. A nave, que faz um voo de teste em sua estreia tripulada, precisará de mais testes e tempo para examinar os problemas dos propulsores e os vazamentos de hélio que já causaram três atrasos.
A primeira missão tripulada da Starliner à ISS – com dois astronautas a bordo, Butch Wilmore e Suni Williams, ambos ex-pilotos de teste da Marinha dos Estados Unidos – deveria durar oito dias, foi estendida por tempo indeterminado. O sistema de propulsão é acoplado à cápsula, mas não retorna à Terra para inspeção. Ele é descartado durante a reentrada e queima, por isso a agência espacial norte-americana quer aproveitar o tempo enquanto este módulo está na ISS.
“Estamos apenas dedicando um pouco mais de tempo para revisar todos os dados e também aprender o máximo que pudermos enquanto temos este módulo de serviço em órbita”, disse Steve Stich, gerente do programa de tripulação comercial da Nasa, em coletiva de imprensa.
Apesar dos problemas, tanto a Nasa como a Boeing garantem que os astronautas não estão “presos” no Espaço. Em caso de emergência, como aconteceu nesta quinta-feira, quando um satélite russo se desintegrou, caso algum detrito tivesse atingido a estação, os dois astronautas da Nasa voltariam na Starliner para a Terra.
A nave decolou da Flórida em um foguete Atlas V da United Launch Alliance em 5 de junho, após anos de atrasos e problemas de segurança, além de duas tentativas de lançamento abortadas com os astronautas já prontos. Cinco dos 28 propulsores da cápsula falharam durante a acoplagem, à medida que a cápsula se aproximava da estação espacial. Todos, menos um propulsor, foram reiniciados e funcionaram durante um teste de disparo posterior, afirmou a Nasa. O único propulsor que ainda apresenta problemas foi desligado e não é vital para a viagem de volta, disse a Boeing.
A nave também apresentou pequenos vazamentos de hélio, gás inerte usado para pressurizar bombas dos propulsores. Segundo a Nasa e a Boeing, há um suprimento amplo de hélio, os vazamentos estão estáveis e não são uma preocupação. “Até agora, não vemos nenhum cenário em que o Starliner não vá conseguir levar Butch e Suni para casa”, disse Stich na semana passada.
A Boeing e a Nasa afirmaram que ainda estão analisando possíveis datas de pouso. A cápsula pode permanecer na estação espacial por 45 dias ou mais, se necessário, disse a Boeing.
Problemas
A atracação inicial na ISS foi atrasada por mais de uma hora após alguns dos propulsores da Starliner, que fornecem manobras finas, falharem inicialmente.
Antes do lançamento, já se sabia que havia um vazamento de hélio afetando a Starliner. Embora não seja combustível, o hélio fornece pressão para o sistema de propulsão. Durante o voo, no entanto, surgiram outros vazamentos. As informações são do O Globo.