Cerca de 40 parlamentares de direita planejam viajar na comitiva de Jair Bolsonaro (PL) para participar da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, marcada para o próximo dia 20. Entre os aliados do ex-presidente interessados em marcar presença na solenidade estão réus no Supremo Tribunal Federal (STF), pastores e coronéis.
Bolsonaro afirmou na última quarta-feira (8) que estará na posse do aliado. Em postagem na rede social X, o antigo mandatário disse estar “muito honrado” em receber o convite e alegou ter pedido a liberação de seu passaporte ao STF – solicitação que já foi negada outras vezes pela Corte, onde Bolsonaro é investigado em diferentes frentes.
Organizada pelos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF), uma listagem com aliados do ex-presidente interessados em viajar para a posse de Trump foi divulgada ainda em novembro, quando tinha 37 nomes. A mobilização teve início logo após a vitória do republicano contra a democrata Kamala Harris.
Entre os parlamentares, estava a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que se tornou ré no STF em maio pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Corte também formou maioria, em outubro, para tornar o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), outro dos nomes na relação, réu por calúnia, difamação e injúria.
A lista também conta com a participação dos pastores Marco Feliciano (PL-SP) e do ex-presidente da bancada evangélica na Câmara Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), além do presidente da bancada do agronegócio na Casa, Pedro Lupion (PP-PR). Nomes ligados ao militarismo — como os coronéis Ulysses (União-AC), Fernanda (PL-MT), Meira (PL-PE) e Chrisóstomo (PL-RO) — também demonstraram interesse em estar na posse de Trump.
Também estão na lista os deputados gaúchos Giovani Cherini (PL), Marcelo Moraes (PL) e Maurício Marcon (Podemos-RS).
O número de deputados que viajará aos EUA ainda pode sofrer mudanças. Além de novos interessados diante do convite nominal de Trump para Bolsonaro, há parlamentares que aderiram à iniciativa em novembro que não estão mais na Câmara.
É o caso, por exemplo, de Mayra Pinheiro (PL-CE), a Capitã Cloroquina, que assumiu uma cadeira quando André Fernandes se licenciou para disputar a prefeitura de Fortaleza. Derrotado nas urnas, Fernandes reassumiu seu mandato nessa semana.
Além do ex-chefe do Executivo, nomes do bolsonarismo como Eduardo Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro sinalizaram que também devem comparecer ao evento. “Agradeço a meu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, pelo excelente trabalho nesta relação com a família do presidente Donald J. Trump. Meu advogado, Dr. Paulo Bueno, já encaminhou para o ministro Alexandre de Moraes pedido para eu reaver meu passaporte e assim poder atender a este honroso e importante evento histórico“, escreveu o ex-presidente na postagem em que anunciou a intenção de viajar aos EUA.