Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de dezembro de 2023
Quase no final de seu novo documentário, “Renaissance: A Film by Beyoncé”, a musa afirma que está cansada de “agradar às pessoas”. Desde criança, diz, ela luta pelo estrelato, mas agora que está no topo do mundo e dois anos após seus reveladores 40 anos, é hora de recalibrar. “Não tenho nada a provar a ninguém neste momento”, conta ela.
Talvez seja por isso que Beyoncé decidiu pular totalmente o tapete vermelho na estreia de seu filme em Los Angeles, deixando essa tarefa para uma lista estrelada de convidados que incluía Tyler Perry, Ava DuVernay, Lizzo e Issa Rae. Embora Beyoncé tenha feito uma aparição pública na estreia de Taylor Swift: The Eras Tour, em 11 de outubro, ela entrou na própria estreia somente depois que as luzes foram apagadas e o filme estava a segundos de começar.
Ao contrário de Swift, que compartilha muito sobre sua vida e atualmente está em um romance bem documentado com o jogador do Kansas City Chiefs, Travis Kelce, Beyoncé é uma das estrelas mais privadas. Ela praticamente não deu entrevistas na última década, e qualquer visão sobre sua vida ou trabalho deve ser inferida principalmente de breves declarações divulgadas nas redes sociais ou em seu site. Renaissance: A Film by Beyoncé, que acompanha a mais recente turnê mundial de divulgação de seu sétimo álbum de estúdio, oferece aos fãs algo novo para interpretar, abrindo levemente a cortina de Beyoncé.
Aqui estão algumas conclusões sobre o filme, que entrou em cartaz no último dia 21, no Brasil.
Mais do que apenas um show filmado
O filme de Taylor Swift foi um documentário sobre o show que nunca saiu do palco: parecia que você tinha o melhor lugar na turnê dela, mas sem detalhes de bastidores. Renaissance faz as coisas de maneira um pouco diferente. Assim como Homecoming de Beyoncé, que narrou a montagem de sua apresentação no Coachella de 2018, o novo filme muitas vezes nos leva para ver como a gigantesca turnê foi montada. “Quero que as pessoas vejam o show e o todo o processo.”
Esse processo ocorre em partes enquanto observamos Beyoncé tomar as decisões em tudo, desde a iluminação até o cenário e a orquestração, às vezes ficando frustrada porque seus pedidos não são ouvidos. “Comunicar-se como mulher negra é uma luta.”
Mesmo assim, as pessoas concordam com a vontade de Beyoncé mais cedo ou mais tarde. Ela também dedica segmentos de bastidores à sua recuperação de uma lesão no joelho, uma visita à sua cidade natal em Houston e seu falecido e querido tio Johnny, cujo amor pela house music ajudou a inspirar Renaissance. E também há muitas filmagens de fãs: o longa geralmente mostra cenas de membros da audiência em vários estados de êxtase choroso ou de admiração religiosa.
Mistério dos “visuais” perdidos
O álbum Renaissance foi lançado em julho de 2022 sem qualquer tipo de acompanhamento de videoclipe, uma surpresa considerando a recente série de álbuns visuais revolucionários de Beyoncé para Lemonade e seu álbum autointitulado de 2013. Um videoteaser para a primeira faixa de Renaissance, I’m That Girl, parecia prometer mais, mas nada aconteceu.
Em uma parada da turnê Renaissance no Kentucky, um fã ergueu uma placa perguntando onde estavam os visuais, o que levou Beyoncé a dizer à plateia: “Vocês são os visuais”. O filme Renaissance é atrevido o suficiente para incluir esse momento, mas por outro lado, não há nenhuma menção aos visuais perdidos.
Blue Ivy
A convidada especial que mais interessa é a filha mais velha de Beyoncé, Blue Ivy Carter, que participava como uma das dançarinas nas canções de sua mãe My Power e Black Parade. Assisti a uma das primeiras apresentações de Blue Ivy em maio, em Londres, e ela ainda estava pegando o jeito, mas, no final da turnê, ela tinha tudo – os movimentos, a atitude – sob controle.
Acontece que Blue Ivy deveria ter subido no palco uma só vez, e mesmo isso exigiu algumas negociações. “Ela me disse que estava pronta para se apresentar e eu disse não”, lembra Beyoncé no filme. Embora ela finalmente tenha cedido, Beyoncé ficou consternada quando Blue Ivy leu comentários nas redes sociais que criticavam seus movimentos sem brilho. Mas sua mãe ficou emocionada porque, em vez de desistir, ela decidiu trabalhar e treinar ainda mais.
Blue Ivy também aparece em muitas das cenas de bastidores, dando sua opinião muitas vezes franca sobre design de palco, escolhas de músicas e muito mais. Em um filme em que todos tratam Beyoncé como uma chefe ou uma deusa, Blue Ivy é uma presença divertida e irreverente: para esta menina de 11 anos, Beyoncé é apenas uma mãe.