Ícone do site Jornal O Sul

Quatro em cada dez consumidores compram óculos pirateados

(Foto: Divulgação)

Quatro em cada dez consumidores compram produtos óticos, como óculos de sol, de grau e armações, pirateados ou contrabandeados. O dado consta de estudo da Abióptica (Associação Brasileira da Indústria Óptica), que reúne fabricantes, importadores e varejistas do setor, feito pela consultoria GS&M Gouvêa de Souza. No ano passado, o faturamento do setor foi de 23,1 bilhões de reais, incremento de 3% em relação a 2013. Mas, desse total, quase metade ficou no mercado informal.

A maior parte dos óculos de sol, de grau e armações irregulares tem origem chinesa e é vendida por camelôs e boxes em áreas de comércio popular, principalmente na Região Sudeste, que concentra 57% do consumo. Na semana passada, uma operação da Receita Federal recolheu aproximadamente 1 milhão de unidades na região da rua 25 de Março – a maior apreensão já feita na capital paulista, conforme os fiscais.

Risco à saúde – Batizada de Operação Blind (“cego” em inglês, em referência aos danos que o uso de produtos desse tipo podem provocar à saúde), a ação contou com 20 fiscais e 18 carregadores, que, além de óculos de sol e de grau, encontraram produtos infantis. Nos 35 boxes fiscalizados, também havia etiquetas de marcas famosas que eram coladas nos óculos falsificados. Parte deles não tinha documento para comprovar a importação regular. Em oito anos, 80 milhões de óculos ilegais foram recolhidos do mercado, e 30 milhões deles destruídos, segundo a Abióptica. O setor estima que só no ano passado, com a venda dos itens ilegais, houve perda de arrecadação de impostos de 4 bilhões de reais.

“Além dos danos à economia, há sérios riscos à saúde. O consumidor esquece que esses itens não são testados. Aparentemente se assemelham aos originais, mas não têm proteção a raios ultravioleta”, disse Bento Alcoforado, presidente da associação. A diferença entre o original e o falsificado pode ser verificada na textura dos materiais e na qualidade das lentes – em vez de fabricadas com resina, por exemplo, muitas vezes são feita de plástico de qualidade inferior. “Quando adulto ou criança usam um óculos escuro, a pupila dilata e os raios UVA e UVB atingem a camada da retina. Sem a lente adequada, os raios não são filtrados”, disse. “Como não sente dor, a pessoa vai usando o produto. Mas o resultado pode ser uma catarata a médio prazo e até danos irreversíveis à visão.” (Folhapress)

Sair da versão mobile