A depressão é uma condição de saúde mental que pode afetar pessoas com qualquer idade, mas em idosos muitas vezes pode passar despercebida. Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que idosos compõem o grupo mais afetado pela doença, que atinge cerca de 13% da população entre os 60 e 64 anos no Brasil. E isso tem relação também com questões socioemocionais, como a aposentadoria, perdas na capacidade física e um eventual sentimento de inutilidade e inadequação.
Para a psicóloga Renata Lima, identificar os sinais de depressão em idosos é essencial para proporcionar o cuidado necessário e qualidade de vida. “A depressão traz vários sentimentos relacionados a tristeza, irritabilidade, desânimo e baixa autoestima. É muito comum que doenças crônicas, incapacitantes e degenerativas ocasionam o seu desenvolvimento”, ressalta.
A profissional explica que é possível identificar alguns sinais que podem ser característicos da depressão, e a pessoa que passa maior parte do tempo com esse idoso deve estar atento. “Cuidar do idoso vai muito além de prover suas necessidades básicas de saúde, higiene e alimentação. O bom cuidador é aquele que tem atenção às particularidades de quem ele cuida”, explica.
Sinais que valem de alerta para saber se o idoso está desenvolvendo a depressão
1-Mudança no apetite e no peso: perda ou ganho significativo de peso pode estar relacionado à depressão. Aquela pessoa que de repente perde o interesse pelo alimento ou passa a ter uma compulsão alimentar, pode estar demonstrando um sinal de alerta.
2-Distúrbios do sono: a insônia ou o sono excessivo são comuns em idosos deprimidos.
3-Perda de interesse em atividades: não ter mais interesse em atividades que antes eram prazerosas pode ser um sinal da doença.
4-Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva: com a depressão, os idosos frequentemente se sentem inúteis e culpados por coisas que normalmente não causam esse sentimento.
A psicóloga conta que existem fatores que são contribuintes para essa situação, como o isolamento social, problemas de saúde, mudanças de vida, entre outros. Mas é importante intervir buscando as atividades que fazem sentido para e oferecendo meios de mantê-lo estimulado, entretido e participante.
“Cuidar da saúde mental dos idosos é fundamental para garantir que possam desfrutar de uma vida satisfatória. Por isso, é de extrema importância buscar ajuda profissional e ter uma rede de suporte social, como a presença de cuidadores para além de cuidar, se tornar um elo entre o idoso e sua família”, recomenda a profissional.