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Que desonra! Que vergonha!

No Brasil, a cada final de ano, temos 46.000 assassinados e 45.000 mortes no trânsito. (Foto: Divulgação/CRBM)

A palavra vergonha vem do latim “verecúndia” e significa discrição. Foi evoluída no galego-português para vergonça.

Vergonha é sentimento de constrangimento que alguém sente em relação ao
comportamento de outra pessoa ou fatos.

Conversando com colegas estrangeiros eles não conseguem entender que no Brasil, a cada final de ano, temos 46.000 assassinados e 45.000 mortes no trânsito. Que vergonha!

Quando se avalia o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) o Brasil está em 87º lugar. Estamos atrás de Barbados, Sri Lanka, Ucrânia e Cuba! Que vergonha!

No Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (PISA), realizado em 79 países o Brasil ocupa a 66º posição. Que vergonha!

Com base na OMS (Organização Mundial da Saúde) o Brasil figura no 101º
lugar no ranking mundial do saneamento básico em 195 países avaliados. Que
vergonha!

Segundo dados da UNESCO o Brasil tem 12 milhões de analfabetos! O Brasil
é o 8º país com mais analfabetos no mundo. Que vergonha!

Segundo a ONU o Brasil está no 105º lugar na taxa de mortalidade infantil.
Estamos atrás da Costa Rica, Tailândia, Cazaquistão. Que vergonha!

O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Segundo o coeficiente GINI, ocupamos a 99º posição. Que vergonha!

No ranking mundial da corrupção em 2023, divulgado pela transparência
internacional, o Brasil se manteve no 94º posição entre 150 países. Que vergonha!

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a justiça brasileira é a mais
cara do mundo. Nós gastamos 100 bilhões por ano. Isto significa 1,5% do PIB.
Os EUA gastam 0,15%, a Itália 0,19%, e a Alemanha 0,32%. Que vergonha!

O WJA (Word Justice Project) que avalia a qualidade da justiça criminal
colocou a do Brasil na 112º posição. Ficamos atrás do Paquistão, Serra Leoa e
Nigéria. Que vergonha!

Encontrei dados sobre a avaliação da justiça nos diversos países, mas não
encontrei sobre a performance das diversas justiças eleitorais pelo mundo afora.

Uma justiça que torna inelegível um ex-presidente que recebeu 58 milhões de
votos, por argumento falacioso, torpe, fútil e até hilariante, certamente não estaria bem classificada no ranking mundial. Que desonra! Que vergonha!

Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário

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