Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de março de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Ao longo de décadas, a União tem assumido o papel paternalista de financiador das dívidas de Estados e municípios. Governadores e prefeitos, eternos pedintes e com as contas quebradas, sempre alegaram que Brasília fica com a maior parte da arrecadação de impostos. Têm razão. Porém, aí está o primeiro erro: a caixa de ressonância para começar a modificar a distribuição do bolo tributário é o Congresso Nacional. Senadores e deputados federais representam os prejudicados, mas mantêm silêncio obsequioso, como se não quisessem incomodar o poder central. No dia em que o tema entrar com insistência na pauta, vai se abrir o caminho que levará a algum equilíbrio.
Brasília quer garantias
A situação talvez mude, porque o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, impôs nova regra do jogo: para obter dinheiro fora do orçamento, a alternativa de Estados e prefeituras passam a ser empréstimos bancários. O governo federal admite avalizar, mas os que recebem os recursos precisam oferecer empresas estatais como garantia. Agora, Brasília só lança boias de salvação, quando encontra a forma de não correr riscos e aumentar sua própria dívida com sucessivos e conhecidos calotes, sobretudo de Estados.
Provocação e desgaste
A sessão plenária da Assembleia Legislativa, ontem à tarde, não fugiu à rotina: deputados da oposição se revezaram na tribuna, contestando os quatro projetos do governo para separação do Instituto de Previdência do Estado. Dois foram aprovados. A tática era cansar os governistas e, ao mesmo tempo, mantê-los atentos, pedindo verificação de quorum de 20 em 20 minutos.
Tirou pé do acelerador
A sessão foi encerrada às 19h50min. O líder do governo, deputado Gabriel Souza, anunciou no microfone de apartes que estava aceitando várias emendas, cuja discussão não poderia se realizar em tempo exíguo.
O episódio deixou evidente que o Executivo conversou pouco nas últimas semanas para encaminhar o texto final. Desse jeito não vai.
Soma de equívocos
Não foi o primeiro tropeço de natureza estratégica que o governo estadual cometeu. Mesmo tendo maioria, há momentos em que deputados da base aliada sentem-se incomodados por verem reduzida a chance de participar. Sobretudo em um projeto de tão larga abrangência, que envolve previdência e saúde dos servidores públicos. Um equívoco na votação pode levar a consequências desastrosas.
Clima polar
No começo da sessão, ontem, os deputados Tarcísio Zimmermann e Stela Farias reclamaram do ar condicionado com temperatura muito baixa no plenário. Esqueceram que sobe logo, quando entram na fase dos debates. O sobe e desce incessante da tribuna é uma das formas de aquecimento.
Em busca de motivos
A Fundação Ulysses Guimarães, instituição de estudos políticos do MDB, pretende realizar em Porto Alegre um seminário para avaliar o que acontece com o governo federal: conseguiu baixar a inflação e a taxa de juros a níveis inéditos. Mesmo assim, enfrenta rejeição alta.
Ditador perdoado
Os dias que antecederam a posse de Tancredo Neves na Presidência da República, a 15 de março de 1985, foram marcados por fortes polêmicas.
Uma delas envolveu a recusa do futuro governo em remeter convite, e com toda a razão, ao ditador sanguinário Augusto Pinochet, persona non grata à Democracia. Porém, parlamentares de esquerda consideravam indispensável a presença de Fidel Castro, outro ditador sanguinário. O títere de Moscou na América acabou vindo a Brasília.
Qualidade rara
Mário Covas, governador de São Paulo de 1995 a 2001, costumava dizer: “Eu acho que tenho só uma cara, mas se eu tivesse várias, certamente todas elas teriam vergonha.”
Na pressão
O prazo para troca de partido começa amanhã e muitos parlamentares sentem-se incomodados com o que consideram assédio. Os que propõem a mudança minimizam: “Calma, é apenas um flerte saudável”.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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