Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2024
O resultado da eleição da Venezuela é alvo de desconfiança após o presidente Nicolás Maduro, no cargo há 11 anos, ter sido declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O órgão responsável pelas eleições no país é presidido por um aliado de Maduro. Se o sucessor de Hugo Chávez perdesse, a oposição chegaria ao poder depois de 25 anos.
De acordo com o CNE, com 80% das cédulas apuradas, Nicolás Maduro foi reeleito com 51,2% dos votos, enquanto seu opositor, Edmundo González, recebeu 44%. A oposição contesta os números e diz que o González venceu Maduro com mais de 70% dos votos.
Diante desse cenário, diversas autoridades internacionais pediram transparência na apuração. Na contramão, presidentes e autoridades de países como Rússia, China, Honduras, Cuba, Bolívia e Nicarágua, parabenizaram Maduro pela vitória.
O governo brasileiro adotou cautela com relação ao resultado das eleições. Em nota do Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro saudou o “caráter pacífico da jornada eleitoral”, mas disse que aguarda a publicação dos “dados desagregados” pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
Quem contestou os resultados: Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Chile, Alemanha, Argentina, Uruguai, Espanha, Itália, Equador, Peru, Colômbia, Guatemala, Panamá, Costa Rica e Portugal.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que o país tem “sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”.
Josep Borrell Fontelles, vice-presidente da Comissão da União Europeia, afirmou que, depois de o povo da Venezuela votar sobre o futuro do país de “maneira pacífica e massiva”, “sua vontade deve ser respeitada”.
O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido afirmou em nota que o país está preocupado com as alegações de irregularidades nos resultados das eleições. “Pedimos a publicação rápida e transparente dos resultados completos e detalhados para garantir que o resultado reflita os votos do povo venezuelano”, postou na rede social X.
O presidente da Argentina, Javier Milei, disse, antes dos resultados das eleições, que a Argentina não vai reconhecer “outra fraude” e que espera que as Forças Armadas, desta vez, “defendam a democracia e a vontade popular”.
“Os venezuelanos escolheram acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro. Os dados anunciam uma vitória gigante da oposição e o mundo aguarda que reconheça a derrota depois de anos de socialismo, miséria, decadência e morte”, escreveu Milei.
Maduro respondeu, chamando Milei de “bicho covarde”, “traidor da pátria” e “fascista e nazista” em seu discurso após os resultados.
Quem parabenizou Maduro: Rússia, China, Irã, Honduras, Bolívia, Catar e Nicarágua.
Segundo o Kremlin, Vladimir Putin enviou uma mensagem a Maduro nesta segunda e o parabenizou pela vitória. “Estamos desenvolvendo relações em todas as áreas, incluindo áreas sensíveis”, disse comunicado do Kremlin.
A China, que mantém vínculos próximos com a Venezuela, felicitou Nicolás Maduro por sua reeleição e afirmou que está “disposta a enriquecer a associação estratégica” com o país latino-americano, informou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
Segundo o CNE, liderado por um aliado do presidente venezuelano, Maduro teve 51,2% dos votos e o principal candidato da oposição, Edmundo González, 44%. O resultado indica uma diferença de 704 mil votos entre os dois candidatos – como os dados finais ainda não foram divulgados, esses números devem mudar.
Minutos após a divulgação, Maduro disse em discurso a apoiadores em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano, que sua reeleição era o triunfo da paz e da estabilidade.