Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de dezembro de 2024
O avião da Azerbaijan Airlines caiu e matou 38 pessoas na quarta-feira
Foto: ReproduçãoO avião da Azerbaijan Airlines que caiu e matou 38 pessoas na quarta-feira (25) foi abatido por um sistema de defesa aérea russo, de acordo com quatro fontes do Azerbaijão ouvidas pela agência de notícias Reuters. O avião comercial com 67 pessoas a bordo, sendo 62 passageiros e cinco tripulantes, caiu na cidade de Aktau, no Cazaquistão. Fabricado no Brasil, o Embraer 190 havia saído de Baku, capital do Azerbaijão, com destino à cidade de Grozni, na Rússia.
A declaração foi feita inicialmente por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que citou imagens de dentro do avião que mostravam “coletes salva-vidas perfurados”. Na sequência, outros especialistas militares e de aviação ecoaram a avaliação, que foi reproduzida até mesmo na mídia russa, com a informação de que a aeronave pode ter sido confundida com um drone ucraniano.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou nessa quinta-feira (26) que seria errado especular sobre as causas do incidente antes da conclusão do inquérito. E o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, também enfatizou que a causa do ocorrido ainda é desconhecida, indicando que nenhum dos países envolvidos (Azerbaijão, Rússia ou o próprio Cazaquistão) têm “interesse em ocultar informações”.
“Os verdadeiros especialistas estão investigando e chegarão às suas conclusões. Todos os dados serão divulgados ao público”, disse ele, citado pela agência de notícias russa TASS.
A Azerbaijan Airlines confirmou que o avião Embraer 190, cujo voo tinha o número de J2-8243, voava de Baku para Grozni, na Tchetchênia, Rússia, mas foi forçado a fazer um pouso de emergência a 3 quilômetros de Aktau, cidade que fica na margem oposta do mar Cáspio em relação ao Azerbaijão e à Rússia.
O canal Fighterbomber no Telegram, supostamente administrado por Ilya Tumanov, um capitão do Exército russo, divulgou um vídeo que mostrava buracos nos destroços do avião, que alguns sugeriram se assemelharem a danos causados por bombardeios.
O Fighterbomber afirmou que era improvável que os buracos tivessem sido causados por um impacto com aves, como a companhia aérea havia alegado inicialmente, publicou o jornal britânico The Guardian.
Lito Sousa, o brasileiro especialista em aviação, escreveu na rede social X que “mesmo que houvesse uma falha catastrófica não contida em um motor, jamais ocorreria danos no extradorso do estabilizador horizontal. Algo externo ao avião causou aqueles danos”.
À AFP, um piloto militar francês afirmou, sob condição de anonimato, que as perfurações na cauda do avião “se parecem muito com o impacto de estilhaços” causados pela explosão de um míssil. E o blogueiro russo pró-guerra Yuri Podolyaka disse que os buracos vistos nos destroços do avião eram semelhantes aos danos causados por “sistemas de mísseis antiaéreos”, acrescentando: “Tudo aponta para isso”.
O Cazaquistão afirmou que a caixa-preta do avião, que contém dados do voo para ajudar a determinar a causa do acidente, foi encontrada. Agora, as autoridades trabalham para identificar os corpos das vítimas do acidente. Dos 29 sobreviventes, 11 permanecem em terapia intensiva. (Estadão Conteúdo)