Sábado, 15 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de fevereiro de 2025
A queda acentuada da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a 24% de acordo com o Datafolha, surpreendeu uma ala do governo. Ministros dizem sob reserva que uma redução era esperada, mas o patamar tão baixo pegou muitos no contrapé.
Segundo o instituto de pesquisas, Lula nunca havia registrado taxa tão baixa, considerando seus três mandatos. A maior queda entre uma pesquisa e outra foi entre os próprios eleitores do presidente. Nesse segmento, houve redução de 20 pontos percentuais, contra corte de 11 pontos na média geral.
Um auxiliar presidencial diz que isso aponta para tempos difíceis à frente. Isso porque o governo precisará de “cabeça fria” e “serenidade” para navegar num ambiente adverso contando com recursos escassos.
Outro ministro diz que, como a pesquisa é o retrato de um momento, ela não é uma sentença, mas os dados passam importante recado ao governo. Para ele, o Datafolha deixa claro que uma parcela da população está assustada e, por isso, o governo precisa “parar de errar”.
Na visão de aliados de Lula, o resultado da sondagem reflete a crise do Pix, a alta da inflação e os erros de comunicação no ano passado que levaram nervosismo ao mercado.
Por esse motivo, outra ala do governo fala que já era possível antecipar a deterioração na aprovação do presidente. Um ministro lembra que o efeito desses escorregões na popularidade de Lula já vinha sendo apontado por pesquisas anteriores, como Quaest.
A diferença é que o Datafolha, em vez de falar somente em aprovação e desaprovação do governo, classifica-o em “ótimo e bom, “regular” e “ruim e péssimo”, o que deixa mais claro como o apoio ao presidente minguou.
O fato de a maior parte dos eleitores ter migrado para o grupo dos que avaliam o governo como “regular” e não ter encorpado logo de caro o índice de desaprovação foi comemorado. Aliados de Lula dizem que isso facilita a recuperação e há espaço de manobra razoável nos próximos meses. Um deles diz que a rejeição a Lula não está “cristalizada”, o que aponta um caminho para a melhora nos números.
De acordo com um auxiliar presidencial, o “pior já passou” e as sondagens recentes encomendadas pelo Palácio do Planalto já indicam, inclusive, alguma reação na avaliação da população.