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Política Quem é Almir Garnier Santos, almirante da Marinha que teria aceitado dar golpe com Bolsonaro

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Almir Garnier Santos é um almirante de esquadra — a mais alta patente da força naval. (Foto: Reprodução)

O militar carioca Almir Garnier Santos, que completou 63 anos na sexta-feira, é um almirante de esquadra — a mais alta patente da força naval — que, por designação do então presidente Jair Bolsonaro, atuou como comandante da Marinha entre 9 de abril de 2021 até o fim do governo anterior, em 31 de dezembro de 2022.

Seu nome voltou a aparecer em evidência no noticiário em razão de declarações desabonadoras do tenente-coronel Mauro Cid, do Exército, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Em depoimento no âmbito de um acordo de delação que o livrou da cadeia, Mauro Cid afirmou que Garnier se colocou à disposição de Bolsonaro para participar de um golpe de Estado após as eleições de 2022, vencida pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva, atual presidente. Além de manter Bolsonaro no poder, o plano previa, entre outras coisas, a prisão de opositores.

O posicionamento de Garnier, relatou Cid, não foi endossado pelos então comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista. O primeiro, segundo reportagem da jornalista Maria Cristina Fernandes, do Valor, chegou a afirmar que daria voz de prisão a Bolsonaro se ele levasse a ideia adiante. O segundo ficou calado.

Em seu currículo e em postagens na rede social X, ex-Twitter, Garnier gosta de destacar que ingressou na Marinha ainda criança, aos dez anos de idade, como aluno do curso de formação de operários da extinta Escola Industrial Comandante Zenethilde Magno de Carvalho.

Ele ingressou na Escola Naval em 1978 e concluiu o curso de formação de oficial em 1981 como primeiro colocado no Corpo da Armada.

O currículo do militar informa ainda que ele realizou diversos cursos da carreira e concluiu um mestrado em pesquisa operacional e análise de sistemas na Naval Postgraduate School, nos Estados Unidos, além de um MBA em gestão internacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ao longo da carreira, serviu em embarcações como as fragatas Independência e União e o Navio-Escola Brasil. Também comandou o navio de apoio logístico Almirante Gastão Motta e a Escola de Guerra Naval. É coautor de dois livros na área de gestão de logística e da cadeia de suprimentos.

Antes de ser nomeado comandante do 2º Distrito Naval, responsável pelas áreas da Bahia e Sergipe, Garnier atuou por cerca de dois anos e meio como assessor especial militar do ministro da Defesa. Nessa posição, serviu aos ministros Celso Amorim, Jaques Wagner e Aldo Rebelo (governo Dilma Rousseff) e Raul Jungmann (governo Michel Temer).

Ele virou comandante da Marinha em abril de 2021 após Bolsonaro, num gesto inédito, demitir o então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e ordenar a substituição simultânea dos comandantes das três forças, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.

A alegação pública dada à época foi a de que o presidente buscava alinhamento dos comandantes com o governo. O entendimento que prevaleceu foi o de que os comandantes anteriores haviam sido demitidos por resistirem a um processo de politização das Forças que vinha sendo exigido por Bolsonaro.

Maria Cristina Fernandes lembra que, para demonstrar lealdade, Garnier protagonizou um exercício extemporâneo com fuzileiros navais em Formosa, Goiás, em 2001. Em 2022, destacou, ele virou conselheiro de Bolsonaro e passou a receber ligações constantes do então presidente para ser ouvido em assuntos no governo.

Outro episódio marcante protagonizado por Garnier foi desfile de carros de combate do Corpo de Fuzileiros Navais pela Esplanada dos Ministérios no dia 10 de agosto de 2021. Era a data em que a Câmara dos Deputados iria votar a proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, medida defendida por Bolsonaro que acabou derrotada no plenário.

A ideia do desfile foi levada por Garnier a Bolsonaro. O gesto foi inicialmente interpretado como uma ameaça, mas depois acabou classificada por muitos como uma iniciativa ridícula, já que os carros pareciam envelhecidos e alguns deles soltavam fumaça preta pelo escapamento.

Com a vitória de Lula em 2022, Garnier resolveu não comparecer à cerimônia oficial de passagem de comando ao colega Marcos Sampaio Olsen, em janeiro deste ano, decisão que também acabou sendo malvista mesmo entre alguns militares.

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https://www.osul.com.br/quem-e-almir-garnier-santos-almirante-da-marinha-que-teria-aceitado-dar-golpe-com-bolsonaro/ Quem é Almir Garnier Santos, almirante da Marinha que teria aceitado dar golpe com Bolsonaro 2023-09-24
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