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Mundo Quem é ela? Kamala já trabalhou no McDonald’s e tem posse de arma

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A democrata Kamala Harris com os enteados e o marido, Doug Emhoff, em imagem de arquivo. (Foto: Divulgação/ Kamala Harris)

Kamala Harris conta frequentemente que aprendeu com a mãe, indiana que migrou sozinha para os Estado Unidos aos 19 anos, a ser sempre “a primeira mulher” a conquistar algo, e também a lutar para nunca ser a última. Em pelo menos quatro ocasiões de sua vida ela conseguiu aplicar o conselho: Harris, de 60 anos, já foi a primeira mulher a ser procuradora-geral da Califórnia, a primeira senadora de origem indiana, a primeira vice-presidente mulher dos Estados Unidos e a primeira candidata à presidência mulher, negra e com raízes sul-asiáticas.

Nessa terça-feira (5), ela tenta romper mais um paradigma, o quinto de sua vida e o mais importante de seu país: tornar-se a primeira presidente mulher da história dos Estados Unidos. Kamala Devi Harris nasceu em 1964 em Oakland, região metropolitana de São Francisco, na Califórnia, onde seus pais se conheceram quando participavam do movimento pelos direitos civis que tinha eclodido alguns anos antes no estado.

Seu nome do meio, a palavra em sânscrito para deusa, foi escolhido por sua mãe. Era uma forma de tentar que a cultura hindu, que adora divindades femininas, influenciasse a vida da menina de pai jamaicano que cresceu na Califórnia e morou em Washington para estudar direito e, mais tarde, ser senadora e vice-presidente.

Embora sempre muito inserida na cultura norte-americana — ela já trabalhou em um McDonald’s e não esconde que tem posse de arma de fogo —, Harris sempre conta que suas raízes da Índia, onde ela passava férias com a família na infância, e a luta pelos direitos das mulheres e minorias fizeram parte da sua vida.

Mas as questões de raça, gênero e imigração, que sempre permearam sua vida pública e privada, são bandeiras que Kamala evitou explorar ao longo de sua trajetória profissional. E não foi diferente durante a campanha presidencial deste ano, na qual ela embarcou na metade do caminho ao substituir o presidente Joe Biden na corrida democrata.

Dois enteados

Madrasta de dois jovens, Colem de 30 anos, e Ella, de 25 anos, ela enfrentou críticas dos republicanos, lideradas pelo candidato a vice de Trump, J.D. Vance, por não ter filhos.

Em uma entrevista, Vance usou uma expressão para se referir a Kamala que acabou adotada por apoiadoras da democrata: ele chamou a vice-presidente de “a senhora dos gatos sem filhos” para se referir a mulheres que não tiveram filhos e “que são infelizes em suas próprias vidas, portanto, não têm participação direta na vida do país”.

Novamente, a democrata optou por não comprar a briga. Nem precisou: seus enteados, a mãe deles e seu marido, o advogado Doug Emhoff — o único com quem já foi casada —, saíram em defesa de Kamala e revelaram o apelido da democrata dentro de casa: “Momala” — uma mistura de “mom” (mãe, em inglês) com Kamala.

A democrata costuma dizer em entrevistas que este é o título mais importante que ela adquiriu na vida. “Eu já tive muitos títulos, e o de vice-presidente será o ótimo, mas ‘Momala’ sempre será o mais significativo”, disse, durante um ato de campanha em 2020, antes de vencer na chapa com Biden.

A mãe de seus enteados, a produtora Kerstin Emhoff, que participa da campanha da democrata, inclusive afirmou que Kamala é uma “co-mãe” de seus filhos desde que a vice-presidente se casou com Doug Emhoff, em 2014.

Já o “silêncio” de Kamala sobre o assunto foi, em parte, uma estratégia do Partido Democrata — a bandeira de gênero foi fortemente levantada em 2016 pela campanha de Hillary Clinton, a então candidata da sigla que perdeu para Donald Trump. E houve uma avaliação dos democratas de que isso pode ter prejudicado o desempenho de Clinton.

Mas outra parte pode ser atribuída ao estilo discreto de Kamala. “Minha mãe sempre me ensinou que nossos atos, e não nossos discursos, devem falar por nós”, já disse a vice-presidente. Por isso, ao longo da gestão Biden, ela acabou ficando à sombra do presidente mesmo sendo uma das principais novidades do governo. Também interferiu pouco na campanha do presidente, exceto ao ser convocada por ele. As informações são do portal de notícias G1.

 

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